Há
quem diga que esperar é o mais correto. Pois não se controla o tempo. Não se
podem antecipar acontecimentos. Mas há também pessoas capazes de arriscar o resultado da luta apenas por torcer fervorosamente por um dos concorrentes. Até
por tentar sentir o gostinho da vitória, antes mesmo do começo, concluindo
depois que, poderia estar enganado, assim como, o pagamento adiantado de algo
que nem sabe que é, só a promessa de que seja algo bom.
As
eleições provocam inúmeras reações nas pessoas. Até mesmo em quem diz-se
distante da política. Os que se acham mais próximos, não só se sentem integrantes
do meio, como também, posam como donos da verdade. Convicções, conceitos,
exemplos, moralismos, justiça. Em épocas de votação encontram-se facilmente
essas características no mais ignorante cidadão do lugarejo. A verdade é que
menos importa, o que vale é o que sentem, o que acreditam e o que sonham.
Conseguem-se
encontrar eleitores plenamente satisfeitos com sua situação. E mal sabem eles
que, dos direitos que os são reservados, poucos eles desfrutam. Mesmo assim,
está tudo bem. As crianças frequentam suas escolas. Assistem às aulas. Crescem.
E aí? Saem da escola. E elas sabem ler de verdade? Sabem resolver no mínimo uma
equação com frações ou números decimais? Por mais que, claramente se enganem,
não podem enganar os resultados. As escolas não ensinam nada.
Um
sujeito, com toda boa postura que aparenta, precisa ir ao hospital local. Será
que ele conseguirá ser atendido, consultado, medicado e em casos mais graves,
internado com os devidos cuidados que são de seu direito? Claro que não. Nem o
mais idiota entre todo o resto acreditaria que isso possa ser verdade. É tudo
muito simples, mas não se quer ver o óbvio. A fachada do hospital pode estar
pintada de ouro, mas se sabe que dentro, não há competência.
Saneamento
básico. Quantos eleitores, de cada município que não possui esgoto nem água
tratada, sabem do que se trata? Quantos eleitores acham normal beber água de
poço artesanal? Quantos eleitores concordam que seja normal abrir a fossa da
própria casa para (des)entupi-la? Quantos eleitores sabem que estamos no século
XXI?
Quantos eleitores sabem que XXI
corresponde a vinte e um?
Cada
vez mais encontramos a falta de preparo das populações, ainda que minúsculas
comparadas ao país, das pequenas cidades. As escolas não ensinam nada às
comunidades. E as pessoas estão sem preparo para saber discernir sobre o que é
certo e o que é errado, o que é verdade ou mentira. O resultado? Pessoas que se
deixam levar por emoções. Gente incapaz de pensar no que é melhor para si.
Eleitores incapazes de planejar sua vida analisando passado, presente e futuro.
O raciocínio trava! Que raciocínio mesmo?
Realmente
muitas sensações aparecem em épocas de eleições. Mas acho que decepção é a mais
comum entre todas. Por mais realista que se tente ser, acabamos esperando que
algo certo aconteça. E depois voltamos à realidade. Não tem como aguardar a
coisa certa de quem não entende o que seja o errado. Mesmo assim, ainda
espera-se!