Do alto de
uma montanha só há um caminho por onde a água da chuva desce: o de sempre. Terreno
seco, molhado, ou até mesmo encharcado, é por lá que ela irá descer sempre!
Assim,
diariamente, aos pouquinhos, como um gotejamento em uma torneira esquecida, restabeleço
minha relação íntima com um grande amigo. E enquanto a água persegue o caminho
antigo de sempre, enquanto volumetricamente pequena, umedece por onde passa.
Meu amigo, filósofo, visionário, chato, inconveniente e irônico Nietzsche
retorna aos meus braços. E, por sinal, parece mais novo, saudável.
Depois que a água
reencontra seu caminho parece nunca ter saído dali. E depois de tanto tempo
fora reaparece mais límpida, mais cristalina e com uma correnteza mais forte. Vidas
que brotam, vidas se multiplicam. Vidas atraídas pela fartura das águas altas
das montanhas. Vidas que outrora se consideraram extintas.
Bem vindo, Friedrich!
Moinhos de água se erguerão e a mais forte energia vingará das elucubrações.