domingo, 11 de novembro de 2012

Levantas o nariz? Eu, olho para baixo!


Não te vê. Não consegues enxergar quem és! Ao menos tu, sabes quem és? Não aparentas. És apenas um instrumento e já te consideras a harmonia. Desafinas tentando igualar-te aos que apreciam a boa música. Fere os ouvidos alheios e te acha melodia. Enxerga-te!

Decifrar os sustenidos não te faz compor. És desarmonia em pessoa. Não! Isso não te diferencia do rebanho. Os seguidores reproduzem mal o que escutam, e assim tu és. Teimas em tocar mais alto com esperança. Todos te escutam sim, mas só os iguais a ti, a maioria. Por isso mesmo jamais deixarás de ser um mau tocador.

Engraçado que todos se acham talentosos e creem que um dia serão descobertos e reconhecidos pelo diferencial existente em si. Tu sonhas com isso, e o pior, ainda crer que por pensar assim, torna-te diferente. Aplausos! Se te enxergas-te, agora, verias um palhaço.

Antes de direcionar-te a quem te supera, faças um esforço e ergas a cabeça. Verás que a distância para seu desejo é enorme. Não estás lá. E por isso queres levantar o nariz. No entanto, lá onde queres chegar, se anda de cabeças baixas.

Então, enxerga-te! Aí, nos rastros, devem ter muitos caminhos. Siga-os! Quem sabe não encontrarás a luz que tanto procuras. Ou a escuridão. Quem saberás? Talvez já estejas cego. Ou surdo!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Poder ou querer?


Vontade e poder. Vontade de poder. O poder da vontade. Ter vontade não é nada. Não ter nada infla as vontades. Com o poder murcham-se as vontades. Como ter vontade tendo poder? Vontade é querer? Se queres, então tens vontade. Para poder ter vontade, tem que não ter poder. Podes querer? Tens vontade de querer? Tu não tens o poder. Tu tens vontade de poder. Nunca terás vontade e poder.

Tendo, logo, não queres. Cessa a sede d’água já bebida. Não desejas mais o querido. Tens vontade? Então não possui. Não queres? Então tens o poder. Supri a insatisfação do não ter com ilusão de um dia possuir. Um dia? Nada garante. Pois bem! Sem poder, vira-te com desejos (vontades). Não poder resulta em querer. E como tu queres! Tu queres melhor do que tu podes!

 O sonho com o pão cessa tua fome? Mas o querer inibe tua ação de construir. Quem faz não quer, tem o poder. Quem quer, espera fazer. Perde a chance. Quem tem, pega pra si o que já é seu. Fica com a vontade quem não pode ter!

Querer nunca foi poder. Queira sempre, queira com todas as suas forças. Esqueça o mundo e deseje apenas. Assim, terás cada vez menos poder. Perderás a chance de murchar sonhos. Inflado viverás. Sem poder terás vontade. Para poder, terás que excluir suas vontades.

Querer não é poder. O poder lhe possibilita ter algo. Quando se quer não se tem! Se podes tem, se não tens, quer ter! Querer ou ter vontade lhe garante o nada. O nada lhe garante querer. E se quem quer não tem e não pode, só querer não lhe dar o poder. Portanto, sonhe. Assim nunca poderás! Mas se fizeres poderás e não precisarás querer mais.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Às lembranças. Às regras e ao molde!


As lembranças me remetem ao hoje. O agora se apresenta a mim como a evolução de meu passado. O que tenho nesse instante é apenas o que foi plantado anos atrás. O que de certo e errado que me acontece é conseqüência pura de minhas escolhas. Ou, senão escolhas, o que fui obrigado a escolher. Sim, pois quando se é criança, precisa-se de quem lhe coloque nos caminhos corretos, consistentes, que lhe assegure mais chances de tornar-se uma pessoa confiante.

Meus pais sempre foram exigentes ao falarem de regras. Em casa, eu e minhas irmãs, precisávamos obedecer aos mais velhos da casa. Principalmente na escola, onde tínhamos que obter resultados sempre aceitáveis por sermos estudantes profissionais. Cobranças eram normais. Para comer, banhar, brincar. Assim fomos criados. Na rédea curta!

Cobranças a mais ou a menos não nos fizeram pior, ou melhor, do que ninguém. Nunca nos prejudicou o fato de vivermos sobre essa contínua responsabilidade, mesmo quando crianças. Lembro-me muito bem disso. E agradeço. Enquanto muitos acreditam que as crianças não podem ter limites, ou não conseguem enxergar qual limite seria o melhor, hoje estou satisfeito por terem me ensinado o valor molde.

Meu pai não pensava duas vezes em nos oferecer sempre o necessário no lugar do supérfluo. Minha mãe, sempre ativa, era implacável na hora de nos preparar para o externo a nossa casa. Eles nos moldavam. Aprontavam-nos para a vida. Conseguiram? Talvez! O importante é que existe uma raiz forte e consolidada. O que nos assegura a rigidez de um caule de uma grande árvore.

Problemas existiram, existem, existirão. Já os enfrentamos, estamos os enfrentando e os enfrentaremos. Sem segredo. Sem otimismo. Apenas seguros. Pois existem fundamentos em nosso crescimento.

A regra é bem vinda. O molde tem lugar certo em nossas vidas. Pois um dia a lembrança irá necessitar de força e cobrará o que lhe foi ensinado no passado. Se não existirem valores o presente pode se tornar vazio.

Levarei o que aprendi as novas gerações de minha família. Sei que o resultado é favorável ao crescimento individual. Fortalece também o ser como agente direto em sua própria vida. Lembrarei sempre!