terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Fim de ano e... Início de ano e...


As festas de fim de ano chegaram. E elas mexem com o emocional das pessoas, de muita gente. Elas mexem comigo. Mas não ao ponto de me transformar em santo, nem embaixador da paz. Não me sinto obrigado a festejar, brindar, chorar etc. Sinto-me normal, como se fosse qualquer dia. Nada me fará acreditar que alguma magia mude a realidade do dia para noite. Por isso não me comovo, não me misturo e nem acredito em votos de “alguéns”.

O período anual é rotineiro, duro, amargo e real. Não há motivos para sonhos mirabolantes. Se eu for acreditar em algo, prefiro prender-me ao dia a dia, às pessoas que me cercam e aos meus objetivos. Minha vida resume-se a isso. Por que eu quereria mais? Entretanto, por aí a fora, ninguém se contenta com os seus, querem por força, por votos e desejos, que os outros também sejam como eles. O famoso “todos iguais”. -Argh!

 Há hipocrisia nas veias das pessoas. Aflora-se essa falsa felicidade de uma forma tão absurda que, os dentes antes escondidos, agora estão disponíveis cansando o músculo facial pouco treinado. O período natalino não transcende sua essência.    

Sabemos qual a data que está sendo comemorada. Sabemos o que se passou para chegarmos até aqui. É importante que se entenda o papel histórico do cristianismo para o ocidente; o desenvolvimento da compaixão e da tolerância como fator moldador do crescimento civilizatório da Europa, Américas... É importantíssimo que se respeite e que se reconheça. Porém, não é isso que acontece.

As famílias não promovem o respeito aos mais velhos; não plantam nas cabeças dos mais novos a hierarquia; não ensinam boas maneiras aos filhos; não ensinam a importância da escola, do professor. Está tudo acontecendo às claras, todos estão vendo - e vivendo - os jovens usando drogas e dizendo não à educação.

O fim do ano chega e temos que esquecer todo o resto por causa de um falso desejo de felicidade. Todos se encontram, se abraçam, choram, se arrependem, fazem promessas, mas no novo início cometem os mesmos erros, magoam novamente, ofendem novamente, voltam a mentir, e para quê? Para a hipocrisia bater a porta novamente no fim do novo-velho ano.

Prefiro a mesmice e, de certo modo, o ostracismo. Recolher-me a mim transmite-me a sinceridade, por mais que não me confie ainda a direção de minha vida. Ainda assim, sou mais eu. 

É lógico que espero uma melhora naquilo que ruim está. É óbvio que entendo que pessoas carentes precisam de apoio, de sorte e de compaixão. Não desejo nada de ruim a ninguém. Mas porque devo participar, falando, escrevendo, gritando. Não preciso colocar uma placa luminosa na minha cabeça dizendo: Eu quero seu bem!

Desejo que as pessoas entendam o sentido da palavra coerência, discernimento, respeito. Desejo que a educação dos jovens seja priorizada, principalmente em minha cidade. Meus votos são para que as pessoas aprendam a importância da sociedade sem deixar de se preocupar consigo mesmo e civilizem-se. Creio que assim, as festas de final de ano ficariam mais sinceras.