domingo, 4 de dezembro de 2011

Mais um pouco e vamos ter um século. Os 80 anos de minha avó.



Eu estava tentando homenagear minha querida avó, mãe², em seu aniversário de 80 anos. Muitos já haviam ido ao palco e soltado a voz, haviam chorado, sorrido, brincado, lembrado de momentos bons e emocionando a todos. Mas eu não queria ir. - Não me sinto bem com microfone e platéia, apesar de ser professor. Prefiro estar aqui, sentado em frente ao meu computador. – Só que refleti e logo depois subi ao palco.
Descobri mais uma vez que falar em público não é fácil, ainda mais quando se quer representar com a oratória o quanto se ama uma (no caso dela, a única) avó. Por mais que se tente nunca vamos ficar satisfeitos com o que dissemos. E foi assim que eu me senti: incapaz de dizer o quanto eu a amo! Estava de frente para ela, “com a faca e o queijo na mão”, mas na hora H creio que fracassei.
Mas eu tentei. A comparei ao sol. E comparei a força que ele exerce sobre o resto de nossa galáxia com o amor que ela tem por todos nós Merequetas. Impossível não viver a sua volta! Impossível não depender desse amor, de seu sorriso, de sua benção. Impossível viver sem se sentir amado perto de minha avó. Uma mulher que ilumina, que garante a sua presença com força, agindo. Assim como nosso sol, não basta encher o céu de nuvens para escondê-lo, sempre vamos saber que ele está lá. E assim é minha avó, sempre presente. Sempre ofertando sua luz para podermos viver. Só que eu sinto que, por mais importante que o sol seja para nossa vida, ainda assim não me satisfaço com essa comparação. Minha avó é muito mais!
Ontem minha vó Rita mereceu todas as homenagens por ser a mulher que é, entretanto por mais sinceros que tenhamos sido (filhos, netos e bisnetos) não vamos conseguir recompensá-la por tanto amor. Parabéns minha avó.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tem que ter tranqüilidade. Seja um gato!


Ao chegar ao serviço, pela manhã, uma de minhas colegas de trabalho observou e, espantada, me avisou que havia uma pata de gato pendurada na frente do meu carro. Assustador! Nem tanto... Observei os fatos: a firmação sobre a existência do membro de um felino era verdadeira, e o membro era o dianteiro direito. Logo me passou pela cabeça que ao sair de casa não prestei atenção se tinha alguma forma de vida estranha pelas redondezas e um acidente havia acontecido: Assassinei um gatinho! Todos ficaram chocados, abismados: Meu Deus, que coisa horrível! E eu, pensativo, procurei logo razões para o acontecido.
Surpresa! A pata do gato havia sumido. Sobrenatural? Não! O danado estava vivo, meio lento, mas vivo. Só estava meio cansado, sonolento, a noite passada devia ter sido uma farra. Alívio, a vida estava salva: uma das sete. Mas então decidi tirar o gato do meu carro, agora em meio aos risos. Abri o capô do carro, dei a partida, e nada do gatinho sair. Dei umas batidinhas, fiz barulho e nada. Olhei com mais atenção para o motor e percebi uns olhinhos azuis me encarando: era ele! Tranquilo, seguro e decidido a não abandonar seu leito, quente e aconchegante, o gato nem se mexeu. Tentei mais vezes, agora com o cabo da vassoura, algumas pessoas tentaram me ajudar e nada. Até que desisti, pois precisava trabalhar. E com a hipnose da rotina, esqueci do felino e fui para casa com a família.
Até agora estou refletindo sobre a tranqüilidade do gato. Ele, um filhote, me pareceu muito seguro do que estava fazendo: ele sabia que se ficasse ali, quietinho, ele voltaria para sua casa, nossa casa, minha casa. O danado já deve ter feito essa viagem mais vezes. Acho que para fugir da rotina, o animal busca o sossego do dia em um lugar só dele: típico dos gatos.
Para ser sincero, eu o invejei um pouco. Queria ter essa autonomia, essa coragem, essa tranqüilidade. Creio que esse é o segredo de uma boa vida.
 Fazia tempo que um gatinho não me dava uma lição de vida. Intrigante.

Ao chegar em casa, ao colocar o carro na garagem, a surpresa: O gato saiu do carro com um pouco de pressa e procurou logo saber se seu almoço já estava servido. Sabido mesmo né? Ele já tinha tudo planejado!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quem é que manda mesmo? ou Se não comer a galinha come!


- Mamãe, qual é o almoço hoje? Grita o garoto de oito anos.
- Carne guisada com legumes! Responde a mãe da cozinha.
- Ah não! Eu não quero, prefiro “miojo”! Retruca o garoto já com um tom de choramingo e de autoridade.
A mãe já acostumada com a situação quase que diária, nem reclama. Lá vai ela fazer o famoso macarrão instantâneo e levá-lo com todo cuidado para o filho que já está em frente da televisão esperando.
A mãe pensa: - Eu que vou perder tempo com isso? Isso é besteira, eu tenho que ir trabalhar já já. Deixa esse menino aí na TV que ele fica quieto.

Bom, de acordo com minhas conversas com senhores e senhoras mais velhos, a história era bem diferente a uns 40 ou 50 anos atrás.
- Mamãe, o almoço já está pronto? Eu já estou com fome! Pergunta o garoto.
- Já está pronto, venha comer, e chame seus irmãos, seu pai já está aqui! Responde a mãe já servindo o prato do marido, sempre o primeiro a comer.
- Quando os filhos chegam e olham a comida, um deles reclama: - Ô mamãe, eu não gosto desse peixe!
- Se ele não quiser comer bota a comida dele para as galinhas! Retruca o pai, quase que automaticamente.
E é lógico que o filho come todo o almoço sem reclamar, pois sabe que se não almoçasse também poderia não jantar. Não era fácil ter almoço e janta diariamente e ele sabia disso. Ele sabia também que quem mandava em sua casa não eram os filhos.

Quem será que manda em casa hoje em dia?
Existe uma história cômica e de rivalidade entre homens e mulheres para saber quem manda mais que outro. Estupidez! Em casa hoje, quem manda são os filhos!
Por mais assustador que possa parecer (para quem tem discernimento é claro!) isso é o que parece está acontecendo na realidade. Não raro observamos nas ruas crianças, quase bebês ainda, ordenando aos pais que comprem isso ou aquilo, que façam isso ou aquilo, e se não conseguem o que querem na hora tratam logo de dar um showzinho: gritar, bater, morder... Se na rua isso acontece, imaginem em casa! Não que seja anormal que uma criança haja assim, mas o mínimo que um pai deve fazer é mostrar quem é que manda. Como? Bom, aí é outra história. Cada um faz o que achar melhor.
Aí vêm os defensores da humanidade e berram: - Não se pode espancar uma criança! Como se umas palmadas fizessem mal a alguém.
O que será que prejudica realmente uma criança?
·               Deixar que ela faça só o que quer sem permitir que um adulto (pai e mãe) lhe molde, lhe ordene, lhe obrigue?
·                Quando uma criança grita com o pai ou com a mãe dizendo que só faz o que quer e bate na cara da própria mãe e o pai pega a chinelinha e dá umas “lapadinhas” para seu filho entender que existem regras e que elas precisam ser cumpridas?

O pai do garoto da segunda historinha do texto sabe que seus filhos devem dar valor ao que têm e que a escolha (do almoço, da roupa...) não parte da vontade deles e sim de seus pais. Quando uma criança passa a escolher o que se deve fazer em uma casa (quando a rotina da família gira em torno dos gostos do filho) os conceitos estão destorcidos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Apenas um dia das crianças? – ou, O pezinho de feijão esquecido


Nos primeiros anos do ensino fundamental, as crianças no início de sua carreira estudantil, aprendem já a plantar uma sementinha – um caroço de feijão é o mais usado. Normalmente o feijão é plantado em certa quantidade de algodão umedecido e esquecido por um tempinho em algum lugar com luminosidade natural. Logo, em poucos dias, sempre borrifando líquido no algodão, pode-se ver o primeiro sinal de brotação do ser fotossintetizante. Logicamente que as crianças ficam deslumbradas, encantadas e curiosas com o acontecido, sem falar na ansiedade provocada pela demora do nascimento. A descoberta! Em casa, a experiência irá se repetir – certeza.

 É sabido que, sem a água o brotinho do feijão não conseguiria apresentar-se a vida. Muito menos sem a luz, de igual importância. Infinitos fatores, concomitantemente, se desdobram para garantir a tão disputada vida ao broto. Interessante! Mas interessante é que esse processo é sempre utilizado com criançinhas, novinhas, no auge das primeiras descobertas. Pequenas - fisicamente – pessoas que crescerão também em intelecto e que precisarão de infinitos fatores, assim como o feijãozinho, para se garantir em um meio disputadíssimo, frio, calculista e que não perdoa erros, que é a vida.

Amanhã, dia 12 de outubro de 2011, quarta-feira, é o dia das crianças. Um dia inventado, é verdade, sem intenção de homenagem nenhuma, mas que para muitas crianças representa um dia especial, um dia tão esperado quanto seus aniversários. Muitas pessoas desdobram-se para dar a essas criaturinhas suas merecidas homenagens. Isso é bom. Mas infelizmente não é suficiente. Um dia comparado com uma vida não é nada. Todos os dias do ano devem servir para a mais sincera e necessária homenagem que toda criança deveria ter: Prepará-las para a vida. Não com presentes - embrulhos, carinhos demasiados, ou piedade desnecessária, mas apresentando-lhes a realidade, ensinado-as a viver. Pois a vida de boazinha, quase nada tem!

Lembrando do pequenino pé de feijão: ao término das aulas de ciências as crianças levam seus pezinhos plantados para casa. Por conseqüência de uma série de informações desnecessárias que invadem as suas cabecinhas, o tão esperado pé de feijão aos poucos é esquecido. Já não se dá mais água, nem o observa mais com curiosidade – a plantinha definha.

Com crianças não se pode perder a curiosidade, e elas não podem ser aos poucos esquecidas. O que parece é que, principalmente se tratando de educação, não se está umedecendo essas sementes como se deve. E a luz na qual elas estão expostas, além de parecerem superficiais, não as fazem crescer. Com crianças a experiência precisa ser mais séria e mais comprometida com a realidade, com a vida.

Às autoridades: As nossas crianças merecem mais que apenas um dia, mais que uma educação medíocre baseada em conceitos falidos!        

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Politicamente correto ou incorreto? Conceitos invertidos!


Não é difícil se deparar com escolas, ou programas de TV onde crianças vêm sendo indagadas com assuntos sobre felicidade. Inúmeras pessoas “bem preparadas” afirmam acintosamente como se deve ser feliz, receitando assim a fórmula mágica e iludindo milhares de pessoas em prol sabe-se lá de que.
Atenção para o diálogo abaixo entre pai e filho:

Pai: - Preste bem atenção meu filho, você não pode errar!
Filho: - Sim senhor. É só dizer a hora certa que eu furo.
Pai: - Atenção que é só eu acertar bem na cabeça, espera o bicho cair, eu seguro e você fura o pescoço dele.
E o filho apreensivo e atento com a faca na mão responde: E se eu errar pai, e se eu errar?
- Num vá errar de jeito nenhum! Ordena o pai.  

O pai cria um pequeno boi em seu quintal e no dia de matá-lo pede a ajuda de seu filho de 12 anos. Nesse diálogo os dois combinam o momento em que a criação tem que sangrar. Ensinando ao filho tudo sobre o curioso assunto, o pai garante a ele que se ele quiser ser um homem de verdade ele tem que passar por essa “prova”. Para o filho aquele momento era a hora de convencer a seu pai que ele já era digno de sua confiança e que já podia ser considerado um homem. Então veio a ordem: - Fure a veia agora! Disse o pai eufórico. E o garoto já transformado e com punhos firmes e cerrados fura o pescoço daquele garrote com sua faca, enfim.

Se perguntassem ao garoto da história acima, por exemplo, o que era para ele felicidade, ou o que o deixava feliz, o que ele poderia dizer?
- Matar um garrote ao lado de meu pai! Ou: – Eu gosto mesmo é de sentir o sangue quente do bicho descendo e pintando minha mão de encarnado. Ou ainda: - Quando vejo um bichão daquele morrendo já penso nele cozinhando na panela da mãe! Isso é que é felicidade. (A intenção é o choque) Estas respostas seriam de certo modo o mais comum e natural que o garoto poderia dar.

Se essa questão for levantada em alguma das salas de aula deste “brasil réi intocável” - onde se treinam cidadãos politicamente corretos e de almas puras - ou em outro lugar de ensino e de preparação de crianças para a inclusão (famosa) ao meio social, poderíamos ver os professores ou adultos (exemplos de cidadania) do lugar espantados com a resposta do garoto. Principalmente, e possivelmente, com o brilho do olhar dele ao falar do serviço que fez ao lado do pai. Com certeza um dos professores lhe diria, repreenderia e lhe corrigiria: - Não... Ser feliz é querer o bem de nossa família; É querer o bem do próximo; É ser bondoso, ajudando um idoso atravessar a rua, sendo humilde, incapaz, miserável para sempre (pois dinheiro não traz felicidade)... e outras histórias encantadas. Os professores diriam qualquer coisa, menos que o sentimento do garoto em relação à felicidade é um sentimento bonito, verdadeiro e real. Provavelmente diriam que ele era um inocente que não sabia o que estava dizendo.

Felicidade... Existe um conceito para isso? (Posso chamar de isso, né?) Existe alguém que possui uma cartilha que contenha todos os passos para que uma pessoa torne-se feliz? Triste de quem acredita. Pior tristeza é saber que exista quem ensine as crianças que tudo isso é possível! Triste de quem se engana com sonhos e medos e transfere esses sentimentos a criaturinhas inofensivas e às suas furtadas realidades. Transformam a vida dos outros em uma ilusão, em algo irreal - em melhores palavras, a vida é transformada em ideia.

 As crianças são corajosas, determinadas e fortes, elas possuem sentimentos reais, pois tudo o que aprendem no começo de suas vidas é de “carne e osso”, é concreto. Mas na medida em que crescem, infelizmente vão perdendo essa característica forte – ou melhor, são roubadas e se deparam com um mundo completamente fora de realidade, um mundo transformado, “aluado”, passando a temer as conquistas da vida, ou as lutas que as levariam as suas conquistas. Passam a ter medo do conceito real das coisas.

A maioria das pessoas corre atrás de algo que chamam de felicidade, algo superficial ou irreal, e mal sabem elas que basta ser demasiadamente humana, naturalmente uma criança com vontade de ser homem e com satisfação de viver a verdade, para que não sintam mais vontade de buscar algo que não exista, para perceberem que o real compensa na medida em que se desvalorizam ideais.

Dizer a um garoto de doze anos, que gosta de estar com seu pai matando suas crias para comer e provar que é capaz de ser homem, que ele está errado e que o que ele sente por estar ao lado do pai, não é felicidade é um ato de extrema covardia. Existe quem nunca se tornou humano (racional) e por isso tiram a possibilidade de outros manterem-se ou tornarem-se demasiadamente humanos – corretos ou incorretos.

Buscar a felicidade empobrece! É “melhor” conter-se e aceitar o verdadeiro juízo das coisas.  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Matemática, um elixir da sobrevivência!

Professor de matemática: - Dividam para mim 4,5 por 0,9.
Alunos: - Isso é difícil professor! Eu nunca aprendi divisão... Ainda mais essas aí com vírgula no meio.
Professor de matemática: ???????

Apesar de já terem estudado desde novinhos, inúmeros alunos insistem em uma história antiga de que não sabem e nunca vão aprender a dividir.

A fraqueza existente nas características dessa conversa é exorbitante. Salta os olhos o que se observa.

Para compreender isso, precisa-se olhar estas situações com extrema paciência. Quando se estuda o comportamento da humanidade em sua história, ou até no seu dia-a-dia, é fácil entender que o homem, sempre que precisou, buscou em ideais e sonhos explicações pela sua sobrevivência. Quando essas ideologias não ultrapassam o ser individual ainda é aceitável, mas quando indiretamente ou por necessidade têm-se que influenciar outros seres para a obtenção do “sucesso” isso chega a ser vergonhoso, pois na busca por esse “sucesso” o resultado é exatamente o seu simétrico, seu oposto. O ser que se engana com o irreal acaba por se tornar fracassado e tudo o que buscou, baseado em uma ilusão logicamente, o levará a tornar-se incapaz perante seu vício em ideologias.
O citado diálogo acima é, certamente, um exemplo simples e minúsculo dessa viciante idéia. Mas sua pequeneza não deixa de ser importante, pois ainda prejudica inúmeros alunos e, porque não dizer, ex-alunos. Para comprovar o que se disse não é difícil, repare: Se desafiarmos qualquer pessoa a armar e efetuar uma divisão de números decimais (como a divisão acima) a possibilidade dessa pessoa de recusar-se em responder é enorme. Provavelmente ela dirá:

- Ah! Eu nunca fui boa em matemática. Não preciso saber...
- Quando vejo esses números com vírgula me atrapalho todo, nunca aprendi a resolver isso.
- Hum! Matemática é pra doido.
- Eu queria pegar quem inventou essa matemática e dá-lhe uma lição.
- Eu puxei para meu pai, ele detesta matemática

Entre outras coisas, as pessoas se acostumaram a dizer que não são boas em matemática, ou que não precisam aprendê-la. Simplesmente acham que a matéria é difícil e desistem de aprender. O pior é que criam uma história absurda de que matemática não é para todo mundo. As crianças próximas dessas pessoas crescem ouvindo essas desculpas e passam a absorvê-las de tal maneira, que em qualquer situação de dificuldade, com certeza, sempre irão ter uma explicação irreal para não enfrentá-la. O prejuízo é enorme para uma criança. Imaginem quando isso se propaga a uma nação.
Comparo a ideologia esquerdista com o parágrafo acima. Ideologia nada mais é do que uma distorção da realidade. As pessoas são facilmente levadas a crer em sonhos e idéias que jamais irão caber na vida real, como a igualdade de classes, por exemplo. Coincidentemente, como na matemática, as crianças já crescem ouvindo que a vida é um poço de felicidade, mas quando se deparam com dificuldades, comum na vida de qualquer um, tendem a responsabilizar os outros por não conseguirem “sucesso” com facilidade. Ao perceberem que é mais fácil reclamar e assumir que não são capazes, vivem uma vida sem perspectivas e com medo de enfrentar as adversidades. Ainda mais quando se descobre que existe toda uma seita voltada a fazê-los acreditar que eles são inferiores e por culpa dos outros. Reparem as semelhanças: (aluno) - É mais fácil dizer que não sabe de matemática do que tentar aprender; (adulto qualquer) – Não preciso trabalhar nem estudar, eu nunca aprendi nada mesmo, basta me matricular em um programa do governo federal aí que o governo me paga. Eles têm que me sustentar mesmo. É coincidência demais. O que fica na cabeça das pessoas é que existe uma porcentagem da população que é incapaz, e você pode muito bem se considerar um incapaz e não buscar progredir, não buscar crescer sem ao menos tentar mais de uma vez. É mais fácil!
O que necessariamente interessa para vida é encarar a realidade. Mas negar o real virou um vício e se torna mais fácil dopar-se de ideais do que enfrentar a realidade. O resultado é uma sociedade que vive com os pés a meio metro do chão, achando que uma topada em uma pedra pontuda se trata de um plano dos malfeitores da humanidade para lhe tirar o seu ópio volátil.  É uma tarefa difícil mudar esse quadro, mas existe solução: precisa-se fazer com que as pessoas entendam que elas são capazes, que elas podem lutar honestamente e não depender unicamente dos outros.
Mas o idealismo é perigoso e, como já foi dito, vicia. Tratar-se para curar-se deve ser prioridade caso o diagnóstico acuse a dependência. Nos livros pode ser encontrado uma boa chance de reabilitação e, certamente, aprender a tão temida matemática também.
Assim, calcular - dividir números decimais - não pode ser mais desculpas de incapacidade.  Aprender matemática deve ser mais do que obrigação para nossos alunos. Deve ser também questão de salvação do poder da sociedade. Um poder que possibilita coragem e força para encarar a vida sem esperar soluções que caiam do céu.
Se repararmos mais a fundo podemos até concluir que a matemática representa força para sobreviver. A cada conta efetuada com sucesso é uma vitória e a cada erro mais uma chance de mostrar que ainda se é capaz. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Estudar (fielmente) ainda é para poucos?

Histórico desacordo da política educacional de Tutoia com a realidade é intrigante. Tudo está errado. A começar pela formação dos professores que consequentemente afeta a formação dos alunos. Conhecimento não se vê presente nessas figuras que são principais. E de quem será a culpa? A resposta não é simples! Precisamos entender como tudo funciona, como nossos líderes manejam suas influências para o “bem do povo”. E como o povo percebe ou não o que está acontecendo.
Um círculo vicioso vive e se fortalece em crescente desenvolvimento. Desde a criação do Fundef, os municípios são bem sortidos quando se trata de verba educacional. E como o subsídio é diretamente proporcional à quantidade de escolas, professores e alunos nas cidades, um novo negócio alimenta os bolsos dos políticos com dinheiro público. Diplomar pessoas, licenciando-as em curto prazo e de maneiras muitas vezes grosseiras para preencherem vagas que garantam o seu suprimento, virou um comércio e tanto para os todo-poderosos. O governo federal cria os programas de formação para professores; os municípios adotam esses programas; pessoas que antes nem sonhavam em fazer curso superior agora têm a chance de consegui-lo sem nenhum esforço; com salas cheias e um conteúdo ideológico protegendo os partidos do poder, a arapuca tá armada. Professores aos milhares estão indo para salas de aula lecionar sem preparo algum. Leitura? Isso significa sacrifício para a maioria. Estudar? Se os docentes dos programas de formação especial exigem dos discentes, todos botam o pé na parede e exigem, também, serem aprovados a qualquer custo – alegam não terem estudado certos assuntos no ensino médio. Estudar pra que se nunca estudaram?! – aqui se pode perceber a herança da esquerda decadente de insistir em inculcar idealismos na mente das pessoas: que é exigir direitos sem o cumprimento fiel de seus deveres.  Imagino os alunos desses professores. Penso neles todos os dias e não consigo me conformar. Os alunos são a maioria. Tem-se que pensar na maioria. O professor não pode ser o sujeito da questão e sim os alunos e o seu real aprendizado.
Outra coisa que instigante é a escassez de assuntos envolvendo leitura nas escolas. Os estudantes precisam ler. Conhecer os livros, conhecer o mundo através dos livros. Uma criança de dez anos já é capaz de ler vários livros durante um ano. Além de aprender a somar, subtrair, multiplicar e principalmente dividir enquanto criança. É de extrema necessidade que se saiba ler e entender o que se ler, mas isso não acontece aqui em Tutoia. Nem os professores lêem vários livros durante um ano! Pior, muitos deles nunca leram um livro sequer durante toda a vida. O que agrava ainda mais a situação são as bibliotecas das escolas que estão cada vez mais cheias de livros. São tantos livros que no inicio do ano bastava entrar nas escolas aqui da cidade onde se poderia ver os livros no chão, amontoados, e esperando quem os quisessem: alunos, professores ou o caminhão de lixo. Esse “detalhe” reflete bem o que devemos pensar sobre essa gente que se diz intelectual. O que passa pela cabeça dessas pessoas? Que acham que pode lecionar de qualquer jeito? Coitados? Coitados dos alunos que continuam sem ter oportunidades. Os professores precisam estudar muito, estudar para conhecer do que se trata, realmente, lecionar.
O círculo vicioso já citado está distorcendo, também, a realidade. E os nossos líderes? Será que estão cientes de tudo isso? Será que na mais pura inocência eles não sabem do que se trata? Ou será eu o inocente que não percebo que tudo nada mais é do que um plano maléfico em prol de vitaminar a ignorância do povo? Existirá um herói que salvará o povo tutoiense desses malfeitores? Existirá fé o suficiente nesse povo para esperar por esse salvador? Bem, com certeza esse faz de conta irá acabar mal se continuar nesse caminho. Essa é a única resposta, até agora, coerente.
Seria agora oportuno fazer um desafio aos futuros candidatos às eleições do próximo ano. Como já podemos observar, eles já estão saindo de suas cavernas, como ursos no fim de sua hibernação e acho, inocentemente, que já estão também recebendo suplicas de salvação. Então aqui vai a minha: - Gostaria muito de vê-los engajados em assuntos que tratem exclusivamente de educação de qualidade. Gostaria de enxergar coragem em seus olhos e enfrentarem quem quer que seja em razão de uma boa educação que vise o crescimento intelectual para os filhos de nossa tão promissora cidade. Desafio-os a encarar de frente os professores incapazes que, influenciando e ensinando mal seus alunos, exigem mais remunerações por seu trabalho mal feito. Instigo-os a fiscalizar a partir de hoje as escolas dos municípios: diretores, secretários, agentes administrativos, zeladores, merendeiras e principalmente os alunos.
      Tutoia e a educação precisam ter ligações diretas e não indiretas!