Costumo posicionar-me de maneira racional em meus
textos. Quando escrevo sobre qualquer coisa procuro sempre, além de coerente,
ser direto sem deixar-me levar por paixões. E por isso, a maioria das pessoas
que ler meus escritos não concorda comigo. O que me agrada muito. A opinião da
maioria é duvidosa e a minoria contém padrões aceitáveis de equilíbrio.
Assim, como a minoria, sou dos que não acreditam que
o Brasil é Um País de Todos. O último presidente da república deixava claro em
seus discursos que este país era uma potência disso e daquilo. Lula criava um
conto de fadas na cabeça de cada eleitor médio brasileiro. Fez a maioria
iludir-se que um analfabeto na presidência seria melhor que outro, mais
letrado. Inculcou na mente dos mais fracos que ele era o cara. A maioria o
apoiou.
Dentre tantos vexames ocorridos nos oito anos do molusco
como presidente alguns foram mais vergonhosos que outros. Aqui no Maranhão, em
Alcântara, ele quis por força fazer um foguete ficar acima de sua cabeça. E sem
preparo tecnológico e a sem capacidade de eficiência que um evento desse
necessitava foi tudo literalmente pelos ares.
Um submarino era motivo de orgulho para a nação –
menos para mim “(mim)noria”. O apedeuta fez os técnicos brasileiros inventarem
algo que ficasse em baixo d’água. Não deu certo – ou deu, sei lá! Entrou tanta
água no invento que corria o risco dele ficar dentro d’água para sempre. Mais
vergonha.
Depois inventou que debaixo do Brasil tinha tanto
petróleo que todos os brasileiros iriam ficar ricos. E quem acreditou? A maioria! Até que tem o tal “petro” mesmo
por lá, no conhecido pré-sal. Mas adivinhem: Ainda não conseguimos tirar uma
gota do sonhado ouro negro. Não temos tecnologia.
O rei da cocada preta conseguiu roubar os seus
súditos praticamente sem disfarçar. O mensalão foi descoberto e ficou tudo por
isso mesmo. Bastava a anta ir na televisão que os seus batessem palma. Foram
oito anos de festa com o dinheiro público. E o Brasil, como ficou?
Bom, ontem pela manhã, encontrei duas senhoras
professoras na estrada que pediam carona. Elas entraram no carro e depois de se
apresentarem, começaram a contar sobre suas rotinas. A mais velha das duas
tratou logo de falar de detalhes. Comentou sobre uma discussão que teve com o
secretário de educação de sua cidade. Ele falava que quando chegou o resultado
da Provinha Brasil, mais especificamente de sua sala, tinha sido um fiasco. E o
secretário foi tirar satisfações. O que resultou em confusão.
A professora disse que se a turma obteve um
desempenho ruim não foi por culpa dela. Os seus alunos que chegavam à sua
turma, 5º ano, ainda não sabiam ler. Então, o problema estava nas turmas
iniciais. Ou seja, há quatro anos!
E com o sentimento de revolta, contou também como
seus alunos sofrem. As crianças, sem nada no estômago, sentiam tanta fome às
oito da manhã que era impossível estudar. Citou dois irmãos, ex-moradores do
lixão de uma cidade próxima. Que, assim como os outros, além da fome, tinham
suas cabeças infestadas de piolhos e dificilmente tomavam banho. Tanta revolta
resultou em uma decisão dela com outros professores. Resolveram que iriam dar
banhos nas crianças e comprariam lanches por conta própria.
“Não podemos nos concentrar em ensinar o que
devemos. As crianças precisam de coisas mais urgentes.” Foi o que a professora
disse.
Essa é a realidade do país. Essa é a verdade que o
ex-presidente e a atual não têm coragem de assumir na frente das câmeras. Enquanto
eles mentem sobre a potência que o Brasil não é, as universidades precisam de
engenheiros se formando e o país de engenheiros formados. Como lançar um
foguete se as crianças do país passam fome em suas escolas? Como construir um
submarino de ponta se os alunos do 5º ano das escolas públicas do país ainda
não sabem ler?
Eu poderia até dizer que fico triste com toda essa
situação. Mas estaria mentindo. Não me surpreendo com isso. É a realidade. E a
defendo desde muito tempo. Enquanto a maioria hipnotizada beijava os pés de seu
sultão eu estava me informando, e já era esperado que tudo isso continuasse como
já estava há anos. O pior é que vai continuar assim.
A maioria tende a ser favorável a tudo isso, mesmo
achando que briga por igualdades disso ou daquilo. A maioria não tem espelho.
Não se conhece. Deveria se enxergar.
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