segunda-feira, 23 de abril de 2012

Concorrência desleal.



É muito ruim viver reclamando das coisas. Viver insatisfeito com tudo e com as pessoas. Mas é necessário fazer uma reclamação indispensável agora: As escolas e os professores enfrentam uma concorrência desleal. Existe um monopólio de costumes que não permite a introdução dos estudos na rotina das crianças e dos jovens estudantes. Enquanto escolas e professores – apenas algumas escolas e alguns professores – insistem em um discurso que visualiza a prática incessante da leitura e dos estudos como um todo, as crianças e adolescentes resistem a essas idéias e ações, e o pior, têm a ajuda dos seus pais e responsáveis.



Está mais do que provado que sem o acompanhamento dos pais na vida de estudante de seu filho o caminho a ser percorrido irá ser mais difícil, por isso tanta preocupação, em conjunto, das escolas e famílias para promover um futuro brilhante aos alunos. Entretanto, essa união não funciona como deveria. Sem paciência, sem tempo ou mesmo sem condições intelectuais de atender as necessidades escolares de seus filhos, os pais dos alunos se entregam com facilidade a costumes que abrem as portas do que seriam os limites para seus “bebês”.



É normal recompensar uma criança por mérito, pelo seu esforço. Mas ultimamente o que se vê são pais recompensando seus filhos por nada, simplesmente porque acham divertido dar tudo a eles. Crianças novinhas que já possuem celulares, computadores, quartos invejáveis com televisões e “videogames” e outros tipos de brinquedos não conseguem enxergar nos estudos o que deveriam: a curiosidade e o estímulo necessário para sua sobrevivência futura. Preocupante.



Há alunos que já não se preocupam em tirar boas notas, em ter uma letra legível, em ter a tabuada ou a lição na ponta da língua. O motivo? Não se sabe bem, mas pode-se aceitar o fato de que também já não há pais que sentam ao lado de seus filhos para fazerem-no ler corretamente, decorar uma tabuada, ou apagar uma cópia até escrever direito. Não se faz mal nenhum a uma criança se lhe exigir empenho – ao contrário do que pensam. Achar que uma criança é feita de cristal e que jamais pode ser contrariada é ignorância.



E o que vemos hoje em dia são crianças que mandam em seus pais. Dão-lhes ordens mesmo! Imaginem nas escolas, onde o professor precisa ser uma autoridade, precisa ser obedecido – é isso mesmo, precisa ser obedecido. O professor tem que concorrer com todas as más criações que ao aluno está disponível. Pois, se ele diz ao seu aluno que deverá estudar em casa no fim de semana para fazer uma boa prova na segunda, o pai o leva para viajar, ou para tomar banho de rio e os estudos para a avaliação, que deveria ser prioridade, que esperem. Resultado: as notas das provas são horríveis, o professores tem que se virar para recuperar o aluno e os pais acabam por presentear o filho(a) mais uma vez, pois ficam com pena pelo que ele está passando. Preocupante?



Tomar decisões corretas não é fácil, mas também nunca foi impossível. Tem-se que pensar no futuro dessas crianças e não no agora. O dia de hoje deveria ter sido pensado bem antes. Escolher algo correto para seu filho independe do gosto dele ou não. E contrariá-lo no momento certo é necessário. Nós adultos sabemos o quanto é difícil fazer o que queremos, - e é por que somos adultos e independentes. Ensinar a uma criança a ter tudo o que quer na hora que quer fará com que ela sofra ainda mais no futuro, onde aprendemos a perder mais do que ganhar.



Já dizia o meu mestre: - Quem tem faz o que quer, quem não tem faz o que pode!

domingo, 22 de abril de 2012

Tutoia e os políticos!


Com um desejo de aprender, alguns garotos, jovens que gostam de política, se deparam constantemente com o desprazer de enxergarem apenas um tipo de corpo político que aqui existe. Caracteriza-se aí um perigo, que é não terem outra saída a não ser seguir os passos desses que ainda fazem política como no início do século XX. Mas existe outra solução: Estudar! Só assim se pode enfrentar os que se dizem poderosos aqui de Tutoia.

Outro dia, ao caminhar por uma das praças de Tutoia, deparei-me com algumas das pessoas que se dizem políticos aqui da cidade. Alguns que já foram vereadores, outros que já foram muito bem empregados pela prefeitura. Eles conversavam sobre as candidaturas prováveis que entrariam na briga pelo comando de Tutoia. Na roda de conversa, um dos que já foram do meio, defendia a candidatura do irmão. Muito oportuno da parte dele.  Outro dizia que deveria defender-se a candidatura de uma cara nova, de alguém mais capaz. Sem pudor algum, eles conversavam alto, e lógico que eu parei para ouvir. O então interessado na candidatura do irmão dizia que seu candidato era o melhor para arrecadar fundos para a campanha. Pois o outro lá, aquele da cara nova, devia muito já e não poderia arcar com uma campanha endinheirada. Estavam de certa forma discordando de quem era o melhor para sair de oposição.

Eu com toda a minha inocência, falei: Ainda não ouvi vocês falando em algo aproveitável, que trate de interesses da população. Vocês falam em arrecadar receita para poder o que: comprar votos? E o pior, ganhando a eleição, já entrarão no governo devendo! E com um ar de desprezo, me arrancaram da conversa. Disseram que ninguém se preocupa com isso, e que esse tipo de conversa não ganha eleição. Saí de lá levando um puxão de orelha e ainda ouvindo que eu deveria ser mais cauteloso.

Não compreendo essas atitudes. Pior, não compreendo o fato de todo mundo ficar tão calado diante de tanto descaso. Aqui e acolá se vê alguns revoltados, de certa, forma com o que estão vendo acontecer em Tutoia. Porém, basta analisar suas reclamações, suas posições públicas, e pode-se perceber que o único problema para eles é que não fazem parte do meio superior. Todos pensam igualmente. Não existe diferença de ideias e de atitudes. Todos só querem a mesma coisa, chegar ao poder para provar que estão certos acima de tudo. Nem que para isso tenham que se isolar em seu próprio território e fazer tudo o que der na telha sem dar satisfação para ninguém – assim como acontece aqui hoje. Uma pena! O futuro dessa cidade ainda está nas mãos de quem menos se preocupa com ela.

Ainda que infantis, despreparados e inexperientes, os jovens curiosos aqui da cidade ainda têm esperanças. Pode até parecer idealismo, mas não é. Dá para pensar sim na população e melhorar sua condição de vida. E basta conhecer um pouco da história do mundo, de como as grandes cidades se formaram, de como povos se libertaram de certos opressores e se percebe o que está errado aqui em Tutoia: não se faz nada pensando no bem dos tutoienses. Se continuarmos assim estaremos nos (dês)civilizando.

Aí as esperanças acabam. Mas é bom saber que enquanto muitos desses políticos, que se acham os donos dessa cidade, acharem que são mais sabidos que os outros e tomarem tudo só para eles, existem pessoas estudando, lendo e se preparando, para quando eles menos esperarem, baterem de frente com gente preparada, coisa que não acontece aqui nos dias de hoje!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Meus pais acertaram em cheio! ou Quando eles dizem: Missão cumprida!

É muito satisfatório crescer e ter boas influências de nossos pais. Saber que quando certas ocasiões se apresentam podemos buscar na lembrança aqueles conselhos e exemplos de como agir corretamente. - Claro que quando se tem boas intenções. Entendo que só amadureci e só me tornei adulto depois que pude compreender completamente isso. Demorou um pouco, mas atingi esse nível. E creio que para muitos esse é um grande desafio.   

Observando os outros e sempre achando estranhas certas atitudes, me perguntava o que fazer para não ser visto como diferente. As ordens dadas por meus pais eram vistas como exageradas ou desnecessárias, pois os outros pais, de meus colegas, não faziam as mesmas coisas. Para uma criança, era um pouco complicado. Eu obedecia meus pais, mas sempre com aquela dúvida, ou insatisfação, pois não fazia o mesmo que os outros. Minha parte era sempre mais difícil. Meu pai e minha mãe sabiam o que estavam fazendo. Apesar do excesso de cuidado de minha mãe, ela acertou em cheio. E a firmeza de meu pai não se via em qualquer outro chefe de família.

Uma serenidade paira em minha consciência. Tenho o privilégio de satisfazer-me com os conselhos acertados de meus pais. É magnífico concluir uma tarefa da forma como se foi instruído e perceber que tudo deu certo. E o melhor, saber que quem lhe ensinou tudo foram as pessoas que você mais ama. Os erros aparecem, é lógico, não somos os donos da verdade. Porém existe aquela verdadeira boa intenção, que mesclada com os conhecimentos que, sabemos que nossos pais adquiriram, tornam-se praticamente imbatíveis. Por isso hoje sinto-me glorificado, honrado, mais que isso, vivo e sigo os passos de quem confio e sei que serei vitorioso.

Aos que não gostam de obedecer aos seus pais, mudem! Aos que não confiam em seus pais, reflitam! Aos que não têm pais que lhe mostraram o caminho certo, virem-se, o mundo também pode ensinar. Aos que se acham donos da verdade e esqueceram propositalmente o que seus pais lhe ensinaram, abram os olhos!

Não existe maior alegria, prazer ou contentamento, enxergar nos olhos de seus pais o orgulho que eles sentem de você. Não por ter conquistado isso ou aquilo – sucesso material, mas pelo simples fato de eles perceberem que seus filhos são seres humanos honestos, que buscam viver com a verdade, e que sabem se virar, se defender e buscam sobreviver. É como se eles pensassem: - Missão cumprida!