sábado, 23 de março de 2013

E o tempo?



Em um dia... Por um dia... Nem em um dia. O tempo encolheu. Vinte e quatro horas não são nem vinte. Correria em casa, correria no trabalho. Na rua, se não se corre é-se corrido. Corre, corre... Corre corre. E o tempo? Quanto tempo o tempo tem? Não dá tempo. Doem tempo ao tempo. É necessário.

Mas tudo muda. O tempo vira... E volta. Sem tempo é difícil. Mais lento? Sem tempo! Mais rápido! Ah, se fosse Cem tempos!  Tudo vira e o tempo... Muda! Menos tempo mais serviço. E o tempo? Encurta! Mais ocupados, menos folgados, mais engraçados, mais atrasados. E o tempo? Já não é mais o mesmo. Ah se fosse paulatinamente atrasado.

Tem tempos que o tempo fazia tempo que num era tempo. Não passava, não faltava. Faltava o que fazer com o tempo. Hoje o tempo atropela. Falta tempo para algo fazer. Sem tempo! Ah se fosse mil tempos! Há tempos que tempo quer-se ter!

Quer-se tempo. Espaço de tempo. Necessita-se dele, de interação com ele! Precisa-se!  - Tempo? É você, Tempo? Quanto tempo! E você, como vai? Como assim já vai? Ah, deve ser o tempo. Tudo bem, eu entendo, Seu Tempo. O senhor está sem tempo. Sem tempo. O Tempo está sem tempo.

- É assim que me sinto, sem tempo. E assim como o senhor Tempo, sem tempo, sem tempo me sinto assim, sem mim. Ah, o tempo. A importância do tempo.