Minha mãe, meu escudo...
Como já havia dito em Amor de Mãe parte 1 e 2, o cuidado de minha mãe por seus filhos era
exagerado. Era difícil acontecer alguma coisa comigo, por que ela dava um jeito
de prever tudo, até o que não ia acontecer. Minha mãe leva muito a sério aquela
história que diz: A melhor segurança é a
prevenção!
Em certo momento de minha vida, e esse foi
difícil, tive que morar apenas com minhas irmãs em uma casa e em uma cidade, até
então, desconhecida por mim. Por motivos de necessidade, meus pais precisavam
trabalhar aqui em Tutoia em quanto eu e minhas irmãs morávamos em Parnaíba-PI.
Eu tinha uns 11 anos, acho, e estudava em uma escola bem perto de minha casa.
Se eu caminhasse dois quarteirões para frente, dobrasse a esquerda, caminhasse mais
um quarteirão, logo chegava a minha escola.
Por mais perto que parecesse, para chegar a esse
colégio o percurso era demorado. As recomendações de minha mãe para que eu
chegasse seguro na escola eram sistemáticas. “- Caminhe sempre pela calçada. Vá sempre muito atento e se acontecer
qualquer coisa, grite, corra, ligue para alguém, entre na casa de alguém etc.”
Ela dizia sempre essas coisinhas simples. Por mais normal que parecesse o
caminho eu o temia. Ainda mais que para percorrê-lo, com tranquilidade, eu
precisava cumprir com a parte mais difícil das ordens de minha mãezinha: Ela copiara o Salmo 90 em minha agenda
escolar. Um pequeno salmo que ocupava mais ou menos uma folha inteira. Ela
dizia: “-Leia esse salmo todos os dias
antes chegar à escola. Leia ele no caminho, sempre!” Assim eu o fazia.
Com a mochila nas costas e um pouco desconfiado,
sempre lembrava: “- Preciso caminhar por
aqui; preciso ficar atento; preciso ler essa reza antes de chegar ao colégio.”
Lógico que, depois de um tempo, o salmo já estava decorado por completo. O problema
é que no começo, para ler aquelas expressões difíceis e no caminho da escola,
era complicado. Mamãe falou claramente: “-
Leia-o no caminho, antes de chegar!”
Mas quanto mais eu caminhava mais perto ficava da escola. Aquele salmo é
gigante! Enfim, quando eu chegava, na maioria das vezes, ainda estava no meio
do salmo, não conseguia terminá-lo assim tão fácil. Logo, pensava: “- E agora? Termino de ler, ou deixo para
completar no percurso da volta? Se não terminá-lo acontecerá alguma coisa
comigo? Concentrado eu entrava correndo na escola para poder terminar logo
o salmo. Ai de mim se não o fizesse!
Eu era um pouco nervoso sim, medroso e meio abestalhado
também, talvez pelo excesso de cuidados de minha mãe. Mas vale ressaltar que
nunca aconteceu nada demais comigo. Nunca passei por situações extremas quando
criança. Nunca quebrei um osso se quer de meu corpo. Era uma criança normal e
me tornei um adulto normal. Fui muito bem criado e educado pelos meus pais. Eles
tinham – ainda têm - muito zelo por
seus filhos. Minha mãe fez e faz muita questão disso.
Detalhe
importante: Aos seis anos senti-me
mal e diagnosticaram que eu estava com hepatite. O médico me deu um mês de
repouso. Mas com minha mãe do meu lado e cuidando de mim, em duas semanas eu
estava completamente curado. Ela sabe o que faz!
Minha mãe, meu escudo...
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