sexta-feira, 11 de maio de 2012

Amor de Mãe / Parte 4


Minha mãe, meu escudo...
Como já havia dito em Amor de Mãe parte 1 e 2, o cuidado de minha mãe por seus filhos era exagerado. Era difícil acontecer alguma coisa comigo, por que ela dava um jeito de prever tudo, até o que não ia acontecer. Minha mãe leva muito a sério aquela história que diz: A melhor segurança é a prevenção!
 
Em certo momento de minha vida, e esse foi difícil, tive que morar apenas com minhas irmãs em uma casa e em uma cidade, até então, desconhecida por mim. Por motivos de necessidade, meus pais precisavam trabalhar aqui em Tutoia em quanto eu e minhas irmãs morávamos em Parnaíba-PI. Eu tinha uns 11 anos, acho, e estudava em uma escola bem perto de minha casa. Se eu caminhasse dois quarteirões para frente, dobrasse a esquerda, caminhasse mais um quarteirão, logo chegava a minha escola. 

Por mais perto que parecesse, para chegar a esse colégio o percurso era demorado. As recomendações de minha mãe para que eu chegasse seguro na escola eram sistemáticas. “- Caminhe sempre pela calçada. Vá sempre muito atento e se acontecer qualquer coisa, grite, corra, ligue para alguém, entre na casa de alguém etc.” Ela dizia sempre essas coisinhas simples. Por mais normal que parecesse o caminho eu o temia. Ainda mais que para percorrê-lo, com tranquilidade, eu precisava cumprir com a parte mais difícil das ordens de minha mãezinha: Ela copiara o Salmo 90 em minha agenda escolar. Um pequeno salmo que ocupava mais ou menos uma folha inteira. Ela dizia: “-Leia esse salmo todos os dias antes chegar à escola. Leia ele no caminho, sempre!” Assim eu o fazia.

Com a mochila nas costas e um pouco desconfiado, sempre lembrava: “- Preciso caminhar por aqui; preciso ficar atento; preciso ler essa reza antes de chegar ao colégio.” Lógico que, depois de um tempo, o salmo já estava decorado por completo. O problema é que no começo, para ler aquelas expressões difíceis e no caminho da escola, era complicado. Mamãe falou claramente: “- Leia-o no caminho, antes de chegar!” Mas quanto mais eu caminhava mais perto ficava da escola. Aquele salmo é gigante! Enfim, quando eu chegava, na maioria das vezes, ainda estava no meio do salmo, não conseguia terminá-lo assim tão fácil. Logo, pensava: “- E agora? Termino de ler, ou deixo para completar no percurso da volta? Se não terminá-lo acontecerá alguma coisa comigo? Concentrado eu entrava correndo na escola para poder terminar logo o salmo. Ai de mim se não o fizesse!

Eu era um pouco nervoso sim, medroso e meio abestalhado também, talvez pelo excesso de cuidados de minha mãe. Mas vale ressaltar que nunca aconteceu nada demais comigo. Nunca passei por situações extremas quando criança. Nunca quebrei um osso se quer de meu corpo. Era uma criança normal e me tornei um adulto normal. Fui muito bem criado e educado pelos meus pais. Eles tinham – ainda têm - muito zelo por seus filhos. Minha mãe fez e faz muita questão disso.

Detalhe importante: Aos seis anos senti-me mal e diagnosticaram que eu estava com hepatite. O médico me deu um mês de repouso. Mas com minha mãe do meu lado e cuidando de mim, em duas semanas eu estava completamente curado. Ela sabe o que faz!
Minha mãe, meu escudo...

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