domingo, 21 de julho de 2013

Kika, minha princesa, mais feliz!


 As noites são os momentos do dia em que mais nos vimos. Às vezes nos estressamos, brigamos. Mas nada impede de nos relacionarmos. Eu e minha cachorra, a Kika, nos compreendemos demais.
O dia todo estou fora, no trabalho. Ela me espera, olhando para o portão. Deitadinha. A rotina nos afastou e a prejudicou. Não passeamos mais, nem brincamos no quintal, pois não há tempo. O banho, todo domingo pela manhã cedinho, é uma alegria só. Os esfregões que dou nela servem de abraço. As chiringadas de água da mangueira são a diversão. Lisa, por conta do xampu, ela me escapa, escorrega, faz força, me molha enquanto tento ensaboar todo aquele corpo peludo, forte e desengonçado. Quando ela me vê chegando com a escova ela logo se entrega. Não resiste àquela massagem. Depois que tiro toda a espuma e apareço com a sua toalha, aí ela se derrete. Embola-se naquele pano até diminuir a umidade. Esse banho nos aproxima.
Tinha dias que não a ouvia latir. Só presa, com pouco espaço, rapidamente ela se estressava. O calor a deixava mais comedida. Acostumada ela mesma a se refrescar, sempre que completo sua vasilha com água, depois de alguns goles, ela enfia a pata de vira toda a água para se deitar no molhado. Isso salvava a sua tarde ensolarada. Mais tarde um pouco eu sempre chego do serviço. Quando abro o portão, lá está ela. Esquece todo o dia de prisioneira e me recebe com aqueles olhos, aquele rabo peludo balançando.  Mas eu não tenho muito tempo para festejar com ela. Rapidamente entro e já me ocupo. Mas ela se faz lembrar. Um ou dois latidos e pronto, lá vou eu, mesmo zangado às vezes, mas vou lá, levo água, limpo suas sujeiras, falo com ela para aguardar a hora da comida. Ela me compreende.
Quando filhote, procurei tratá-la como fui instruído assistindo O Encantador de Cães, Animal Planet. Observava tudo do programa. Aprendi bem como impor minha liderança a ela. Ela aprendeu também a respeitar isso. Tanto é que ela senta se eu pedir (nunca pensei conseguir algo parecido). Reconhecemos um ao outro. Ela entende meu tom de voz. E eu seus latidos variados. Se tiver alguém no portão ela avisa. Se for gato do outro lado da porta ela avisa. Se chamar pela outra cachorra ela trata de avisar. Assim como se eu imprimir um ritmo na fala acompanhado por um tom de voz bem grave e forte, ela logo abaixa as orelhas, dá uma volta e meia sobre o próprio eixo e deita olhando para mim. Ela aguarda, caso minha postura não mude.
Hoje vi minha cachorra realmente feliz. Aposentei suas várias correntes. Pela manhã deixei-a em sua nova casa. Um dos espaços do quintal agora tem um piso cimentado, com uma casinha no fundo, para proteger de sol e chuva. Apesar de não muito grande ela logo tratou de correr de um lado para o outro. Fazia tempos que não me sentia feliz por vê-la feliz. Em seus 15 meses de vida ela pouco correu e sentiu-se solta. Mas agora ela saberá, mesmo entre muros, o que é correr para lá e para cá sem ter uma guia em seu pescoço!
Agora a pouco fui visitá-la. Pro portão ela correu quando ouviu meus passos. Eu parei, a olhei e falei em tom autoritário. Ela se afastou, deixou que eu entrasse e aí sim, me presenteou com duas de suas patas quase na altura de meu peito. Que força! Que alegria!
Minha Kikinha, minha princesa Kika, você irá gostar de sua nova rotina!











Um comentário: