Uma longa planta, longa em
comprimento e ainda mais em vida. Planta forte, de caule avantajado, frutífera
ao extremo, até na seca alimenta quem necessita. O terreno escasso, pobre e sem
cor jamais poderia dar vida a algo tão magnífico. Mas aí está ela,
esplendorosa, com frutos rechonchudos, brilhosos e com cores que reluzem
naquela paisagem... amarelinhos! Como pode? Sair desse chão rachado algo tão
belo?
Essa beleza é ameaçada por
plantas aclorofiladas. A planta, por esbanjar saúde, atrai sugadores, ladrões
de nutrientes que em outro lugar não se encontram. Mas o gigante vegetal, de
porte grandioso, com suas frutas ali, disponíveis para os bem-intencionados,
também está vulnerável às trepadeiras. Pobres de nascença, os parasitas
enroscam-se galho a galho, roubam seiva, força e ainda sobem. Não querem deixar
escapar a chance que lhes aparece, assim, tão fácil. E essas ervas daninhas se
esbaldam.
Em breve, os frutos aparentam
palidez. As folhas antes vibrantes parecem enfraquecer-se aos olhos dos
desavisados. A sua copa sempre foi o alvo de todas as atenções e, por isso,
agora diante do perigo, continua a ser mirada com atenção, porém, por culpa de
invasores. Esquecem-se os ignorantes, que nada entendem de plantas, que aquele
vegetal saiu de um chão infértil, de escassa alimentação e, ainda assim,
sobreviveu e com glórias. Antes de sua magnânima copa, existe seu caule, de
largo diâmetro, crescido de forma magistral. E ele a garante. Sustenta aquela
planta com sapiência e rigidez.
Logo, em um dia de pouca luz,
alguém, já na espreita, chega perto da gigante. Aos poucos sobe naquela
estrutura enorme, com respeito e a generosidade que merece. Um a um, arranca os
sugadores. Corta, puxa, tritura... Em poucos minutos quem esteve por cima,
roubando, vira folha seca. E os desavisados que apostaram na decadência da
senhora Planta, ainda olham para a copa. Esquecem-se do solo seco que pisam e
ainda admiram aquela vida, verde e gigantesca.
O caule se fortifica, os frutos
esbanjam sabor. Mas sugadores vieram e virão. Porém, a navalha afiada está
pronta para fazê-los misturar-se com aquele chão, sem cor, sem vida. Puxa,
arranca e tritura! Não se rouba nutrientes de uma Planta gigantesca sem pagar
por isso.
Agradece-se aos Cotilédones em
suas sementes. Ali moram as respostas do sucesso daquele vegetal de grande
porte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário