quarta-feira, 22 de junho de 2011

Descaso ou ignorância?

Por aqui, educação é um tema pouco discutido pelos políticos, e quando é, a preocupação com o aprendizado dos alunos parece passar longe de suas prioridades. Vejo que os professores de minha cidade são escolhidos, não pela sua capacidade de educar, de ensinar com eficiência, mas sim pelo fato poderem ser passivos, incapazes de se posicionar contra a situação, contra o governo. Por isso, eles são as primeiras preocupações de nossos líderes quando o assunto é educar. Já aquilo que o alunado está aprendendo não os interessa. Estando assim subtendido que os alunos de suas escolas possam ser ainda mais passivos e incapazes que seus professores, tornando-os, alunos, cada vez menos prioridades no município. Para que criar leões? Para depois ser devorados por eles?
E se já não bastassem os hospitais que não curam, estradas que não existem, um sistema de água fantasma, um monopólio absurdo no comércio municipal, taxas monumentais de energia pública, agora temos que aprender a viver com prédios recém-inaugurados e metodologias “novas” que estão prestes a desabar. Não que não exista coerência nessas duas últimas, pois se levarmos em conta que o alicerce de toda educação é o conhecimento, do jeito que as coisas andam, não existiria estrutura que aguentasse. Com professores que não ensinam, é difícil existir alunos que aprendam. Por isso só podemos ter uma certeza: Por mais que não desabe, sempre irá existir gente capaz demolir nossa educação!
Não fugindo a regra, é perfeitamente visível o despreparo educacional na maioria das cidades brasileiras. E com uma arrecadação tributária gigantesca direcionada em grande parte para educação, ainda assim no Brasil milhares de crianças ainda são promovidas nas etapas graduadas de ensino sem ter domínio do mínimo do seu conteúdo específico. Assim, o aluno que não aprendeu o que deveria no 8° ano, por exemplo, irá cursar o 9° ano sem preparo, sem conhecimento suficiente para desenvolver as habilidades necessárias que o ajudará na etapa seguinte que é o Ensino Médio. Essa bola de neve se reflete nas avaliações nacionais e internacionais que apontam péssimos resultados mostrando que os adolescentes que já deveriam estar se preparando para um curso superior, ainda precisam do básico: aprender a ler e escrever de verdade.
Nosso país é um dos campeões em ineficiência. O que para os mais utópicos, nacionalistas ufanos, essa sim (a ineficiência) é que deveria ser uma marca a ser estampada para todos. Não vejo motivo de orgulho ser um país que não consegue educar uma criança. Por que vou vangloriar um evento como a Copa do Mundo no Brasil se o país não consegue nem construir um estádio de 1° mundo no tempo adequado? E o pior é que não vejo este país formando pessoas capazes de poder mudar essa situação.
O motivo de tanta distorção da realidade pode estar na própria cabeça dos nossos líderes. Não sei se intencional ou não, mas nossos governantes não dão prioridade nenhuma à educação do futuro do país. Por enfiarem os pés pelas mãos em diversos setores, eles não podem resolver nem nossos problemas primários.
Aprender a ler e escrever corretamente ainda é direito de todos, e possibilitar isso é dever do Estado. Ao invés de se preparar para receber uma Copa do Mundo, o Brasil deveria ensinar a seu povo coisas produtivas, coisas que os fizessem progredir.  O futuro do país e de Tutoia está nas mãos das crianças e adolescentes que crescem aqui todos os dias, e se continuarem a crescer sem aprender o que devem, esse futuro estará nas mãos de adultos despreparados novamente.  

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