Cada vez com
mais frequência encontro ex-alunos por aí. Amizades foram construídas a partir
da relação entre professor e aluno. Apesar de minha rigidez no tocante
disciplina sempre tivemos ótimas relações. Nunca admiti desrespeito e eles
sempre entenderam. Nunca admiti inverdades, por isso nunca minto para eles.
Esses dois pilares sustentam minha recém-nascida vida de professor. Ainda que
ex-alunos eu sempre pergunto quando os encontro: - E os estudos? Imaginem para
os alunos atuais. Uma pequena preocupação com ar de cobrança.
Esses dois
pilares são importantíssimos para minha profissão. Preciso todos os dias da
confiança e do respeito de meus alunos para conseguir deles o que de mais
valioso existirá em suas vidas estudantis: Resiliência e capacidade de começar
de novo. Trabalho todos os dias tentando mostrar que superar-se é algo que precisa
se tornar comum e suas vidas. Para meus alunos esse pensamento deve ser
essencial. Jamais garantirei a eles comodidade, mas injeto confiança para
vencerem os desafios, que são muitos, diários. Não posso relaxar quanto a isso.
Sinto-me
muito agradecido por já existirem alunos meus em universidades nos mais
variados cursos. Sou incrivelmente feliz por sempre conseguir enxergar neles
vitórias e mais vitórias. E não estou falando apenas de medalhas ou viagens
para receberem premiações – e isso é excelente, mas estou me referindo ao
sucesso de cada dia: Daquela questão complicada que foi resolvida, daquela
palavra que não escrevia direito, mas já consegue não errar mais, da primeira
palavra lida, do primeiro texto lido e compreendido, do medo vencido, da
insegurança derrotada, de se sentir capaz. Quando um aluno meu vence me sinto
bem. E eles vencem, é só trabalhar certinho por eles que eles conseguem.
E tudo isso
por que é difícil. Vida de estudante profissional é complicada. As disciplinas,
os conteúdos e os prazos exigem muito de cabecinhas que, às vezes, não são
maduras o suficiente para entenderem o que está se passando. Mas não se pode
descansar. Professor que sou, devo mostrar aos alunos que é difícil mesmo, e
que é só organizar direitinho e nos esforçarmos que conseguiremos êxito. Entender que o fracasso poderá visitá-los,
mas não precisam convidá-lo para entrar, basta um oi. É aí que nos reinventamos
e viramos o jogo. Tenta-se de novo!
Mais uma vez,
esse ano, alunos hoje se tornarão ex-alunos amanhã. Meus amigos. Passaram por
tudo isso comigo e outros professores e agora enfrentarão as dificuldades que
se apresentarão praticamente sozinhos. Apesar da saudade que já aperta, confio
demais neles. Já me provaram vezes demais que sabem o caminho que vão seguir. E
como já havia dito, toda vez que os vejo vencendo sinto-me bem, sinto-me feliz.
E sempre direi: - Eu fui professor deles.
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