É esplêndido
entender o funcionamento das caixas-d’água. O fluxo de água nos dutos, a física
envolvida e a engenharia na distribuição das válvulas são, no mínimo,
belíssimas. E tratando especificamente de caixas-d’água abastecidas por poços
artesanais, individuais e privados, é mais simples a compreensão de seu
funcionamento.
Um poço de
dez metros de profundidade é explorado por uma pequena bomba capaz de jorrar
sua água para incríveis cinco ou seis metros para cima, local onde se encontra
a caixa-d’água, normalmente com capacidade para mil ou dois mil litros, e que
deve ser completamente enchida para abastecimento de uma possível casa que
depende inteiramente daquele poço para o consumo de água.
Não é difícil
imaginar que a capacidade da caixa-d’água tem período limitado para o
abastecimento. Logo, assim que cessa a água, a bomba se faz necessária
funcionando, e bem! Uma rotina se firma. Enche-se a caixa, seca-se a caixa! E,
rapidamente, os moradores da casa definem bem o tempo de uso da água. Sabem bem
como utilizá-la da melhor maneira. E, caso o número de residentes aumente ou
diminua, isso influenciará diretamente no consumo dessa água. A conta é
simples: Quanto mais gente abre as torneiras e por mais tempo, mais água será
gasta. A rotina mudará e aquela bomba, responsável pelo abastecimento será
ligada e religada com bem mais frequência. Mais pessoas, mais torneiras e menos
água!
A rotina
engana os desatentos que, ludibriados pelo relaxamento da abundância de água,
acreditam ser o seu poço, eterno. Engana-se também quem acredita que, mesmo com
água infinita, a bomba estará sempre a todo vapor, satisfazendo as necessidades
insaciáveis daqueles desatentos.
E quando o
poço secar? E quando a bomba falhar? Ainda que substituíveis, sempre terá um
dia que não se tomará banho por falta de água, por conta do poço ou da bomba. Ou,
lógico, por conta dos moradores que sempre acreditaram ser infinita a água
daquele poço ou eterna a vida útil daquela bomba. Tolos são os que negligenciam
a manutenção da máquina que jorra água. Inconsequentes são os que ignoram a
finitude do poço.
Querem mais
água? Que tal fechar mais as torneiras? Que bom seria se a manutenção da bomba
fosse feita de maneira preventiva! Um poço de águas eternas é um sonho
inalcançável. Já o trabalho diário, preventivo e ordeiro, pensando sempre no
amanhã é palpável, concreto!
O poço sempre irá secar. As bombas sempre apresentarão defeitos. Mas as pessoas, essas apesar de falhas, podem cuidar para que os erros sejam diminuídos. Só depende delas. Que se fechem as torneiras!
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