quinta-feira, 13 de março de 2014

Mas que vidinha, hein, Dona Hiena!!

Ó, pequena Hiena, não lutes mais, será em vão!

É indiscutivelmente fácil a vida de hiena. Ela vive de restos, carniças, carcaças de animais já vencidos, devorados, ou por outro predador ou pela própria natureza. Entretanto, nunca vencido por ela mesma! Vive na sombra, é preguiçosa. Pode até parecer perigosa: mostra as garras para alguns animais, contanto que sejam menores que ela, é claro! Aí ela se esbalda, com as presas à mostra e um sorrisinho safado, junto de um rangido medroso, típico de quem vive das sombras dos maiores. - Mas que vidinha, hein, dona Hiena!

Grandes predadores armam botes estratégicos, usam sua força, imponência e transformam sua presa rapidamente em alimento. A vida na selva não deveria ser para os fracos, menores, porém o lugar é de todos e eles, assim como qualquer outro, podem estar ali ou não. A selva não garante vida apenas aos predadores, mas ela garante um lugar privilegiado, às vezes até, oferece o trono, tornando rei aquele mais forte, que come melhor, as melhores carnes, frescas. - Quem ousaria enfrentar um leão em seu território com suas fêmeas?

A fome. As hienas não são corajosas o bastante para atacar o rei da selva. Elas se distanciam do rei, ficam na sombra enquanto o mais forte faz o trabalho. As hienas enxergam o rei de longe, o rei as enxergas... Mesmo sabendo que elas estão ali, os leões não ligam. Eles conhecem sua força e a fraqueza das pequenas hienas. As hienas? Bom, elas, magricelas, apesar da fome, esmagadora fome, esperam a boa vontade dos reis para poderem se alimentar dos restos que ali apodrecem. – Nem com fome as hienas se encorajam. Mais uma lei da selva.

Em situações adversas, esporádicas, elas, achando que o Leão está só, tentam armar o bote. Com aquele sorrisinho bandido se aproximam, de cabeças baixas. O Leão, mexendo uma das orelhas para espantar alguns outros mosquitos, as observa incrédulo: - Ah, não! Será que terei de sair de meu conforto? As hienas tentam, mas é claro, desistem.


Mais tarde os reis saem para a caça. Esbaldam-se de carne fresca. Banquete! Tempos depois, com o território livre as hienas, com fome - atormentadora fome - se aproximam e, se não tiver nenhum rei por ali, elas se deliciam com...  vejamos, restos apodrecidos de carne.


Mas que vidinha medíocre, hein, Dona Hiena!


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