É
muito ruim viver reclamando das coisas. Viver insatisfeito com tudo e com as
pessoas. Mas é necessário fazer uma reclamação indispensável agora: As escolas
e os professores enfrentam uma concorrência desleal. Existe um monopólio de costumes
que não permite a introdução dos estudos na rotina das crianças e dos jovens
estudantes. Enquanto escolas e professores – apenas algumas escolas e alguns
professores – insistem em um discurso que visualiza a prática incessante da
leitura e dos estudos como um todo, as crianças e adolescentes resistem a essas
idéias e ações, e o pior, têm a ajuda dos seus pais e responsáveis.
Está
mais do que provado que sem o acompanhamento dos pais na vida de estudante de
seu filho o caminho a ser percorrido irá ser mais difícil, por isso tanta
preocupação, em conjunto, das escolas e famílias para promover um futuro
brilhante aos alunos. Entretanto, essa união não funciona como deveria. Sem
paciência, sem tempo ou mesmo sem condições intelectuais de atender as necessidades
escolares de seus filhos, os pais dos alunos se entregam com facilidade a
costumes que abrem as portas do que seriam os limites para seus “bebês”.
É
normal recompensar uma criança por mérito, pelo seu esforço. Mas ultimamente o
que se vê são pais recompensando seus filhos por nada, simplesmente porque
acham divertido dar tudo a eles. Crianças novinhas que já possuem celulares,
computadores, quartos invejáveis com televisões e “videogames” e outros tipos
de brinquedos não conseguem enxergar nos estudos o que deveriam: a curiosidade
e o estímulo necessário para sua sobrevivência futura. Preocupante.
Há
alunos que já não se preocupam em tirar boas notas, em ter uma letra legível,
em ter a tabuada ou a lição na ponta da língua. O motivo? Não se sabe bem, mas
pode-se aceitar o fato de que também já não há pais que sentam ao lado de seus
filhos para fazerem-no ler corretamente, decorar uma tabuada, ou apagar uma
cópia até escrever direito. Não se faz mal nenhum a uma criança se lhe exigir
empenho – ao contrário do que pensam. Achar que uma criança é feita de cristal
e que jamais pode ser contrariada é ignorância.
E
o que vemos hoje em dia são crianças que mandam em seus pais. Dão-lhes ordens
mesmo! Imaginem nas escolas, onde o professor precisa ser uma autoridade,
precisa ser obedecido – é isso mesmo,
precisa ser obedecido. O professor tem que concorrer com todas as más
criações que ao aluno está disponível. Pois, se ele diz ao seu aluno que deverá
estudar em casa no fim de semana para fazer uma boa prova na segunda, o pai o
leva para viajar, ou para tomar banho de rio e os estudos para a avaliação, que
deveria ser prioridade, que esperem. Resultado: as notas das provas são
horríveis, o professores tem que se virar para recuperar o aluno e os pais acabam
por presentear o filho(a) mais uma vez, pois ficam com pena pelo que ele está
passando. Preocupante?
Tomar
decisões corretas não é fácil, mas também nunca foi impossível. Tem-se que
pensar no futuro dessas crianças e não no agora. O dia de hoje deveria ter sido
pensado bem antes. Escolher algo correto para seu filho independe do gosto dele
ou não. E contrariá-lo no momento certo é necessário. Nós adultos sabemos o
quanto é difícil fazer o que queremos, -
e é por que somos adultos e independentes. Ensinar a uma criança a ter tudo
o que quer na hora que quer fará com que ela sofra ainda mais no futuro, onde
aprendemos a perder mais do que ganhar.
Já dizia o meu mestre: - Quem tem faz o que quer, quem não tem faz
o que pode!
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