sexta-feira, 23 de março de 2012

Pouco Importa!

Pouco importa quem sou, quem deveria ser ou quem fui. Pouco importa quem tu és, quem eles são, não importa quais as companhias, as ausências, nunca importaram as ações, comportamentos. Pouco importa quem gosta, quem não gosta. Quem se importa qual a vontade, o desejo ou a indiferença? Não se importa consigo mesmo!
Esperas de terceiros cumprimentos e bajulações. É teu combustível! Tu não consegues autoabastecer tua estima. Como química deseja uma overdose de risos e adorações, de aprovações e reverências. Tudo alheio. Nada próprio. Ilude-te quando sustenta que és natural. Blasfêmia! Incapaz: de naturalidade e de conhecer a ti mesmo. Deves a vida ao resto, aos espelhos teus. Mais uma vez incapaz! Troca com mel tuas amargas sugestões. Mel batizado, aguado, mas o suficiente para embebedar formigas comuns, fazê-las te seguir ao piquenique ideal.
A convivência corrói as extremidades de independentes e naturais, confunde a cabeça dos que não precisam adoçar nada, mutila os que expõem sem medo seu gosto ruim. Nesta terra de dois, mais parece que só um reina. Quem não se apaixona, não se impressiona, não se faz comum é decapitado. Mas és natural, então continua sem te importar. Pouco importa!
Náuseas. O excesso de açúcar causa enjôo. Parece sufocar o intestino, que se comprime. Cefaléia. A cabeça quer por força continuar no tronco, mas já arrancada fora, agora é um fardo. Não serve mais. Pensar pra quê?
Natos são os melhores em viver na primeira pessoa e para a primeira pessoa. Já os traficantes de mel querem por força a terceira, sem conseguir ser singular, desejam e se misturam com o resto, pois só lhe restam o “nós”, para dividir suas culpas e os sucessos alheios.

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