quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quem é que manda mesmo? ou Se não comer a galinha come!


- Mamãe, qual é o almoço hoje? Grita o garoto de oito anos.
- Carne guisada com legumes! Responde a mãe da cozinha.
- Ah não! Eu não quero, prefiro “miojo”! Retruca o garoto já com um tom de choramingo e de autoridade.
A mãe já acostumada com a situação quase que diária, nem reclama. Lá vai ela fazer o famoso macarrão instantâneo e levá-lo com todo cuidado para o filho que já está em frente da televisão esperando.
A mãe pensa: - Eu que vou perder tempo com isso? Isso é besteira, eu tenho que ir trabalhar já já. Deixa esse menino aí na TV que ele fica quieto.

Bom, de acordo com minhas conversas com senhores e senhoras mais velhos, a história era bem diferente a uns 40 ou 50 anos atrás.
- Mamãe, o almoço já está pronto? Eu já estou com fome! Pergunta o garoto.
- Já está pronto, venha comer, e chame seus irmãos, seu pai já está aqui! Responde a mãe já servindo o prato do marido, sempre o primeiro a comer.
- Quando os filhos chegam e olham a comida, um deles reclama: - Ô mamãe, eu não gosto desse peixe!
- Se ele não quiser comer bota a comida dele para as galinhas! Retruca o pai, quase que automaticamente.
E é lógico que o filho come todo o almoço sem reclamar, pois sabe que se não almoçasse também poderia não jantar. Não era fácil ter almoço e janta diariamente e ele sabia disso. Ele sabia também que quem mandava em sua casa não eram os filhos.

Quem será que manda em casa hoje em dia?
Existe uma história cômica e de rivalidade entre homens e mulheres para saber quem manda mais que outro. Estupidez! Em casa hoje, quem manda são os filhos!
Por mais assustador que possa parecer (para quem tem discernimento é claro!) isso é o que parece está acontecendo na realidade. Não raro observamos nas ruas crianças, quase bebês ainda, ordenando aos pais que comprem isso ou aquilo, que façam isso ou aquilo, e se não conseguem o que querem na hora tratam logo de dar um showzinho: gritar, bater, morder... Se na rua isso acontece, imaginem em casa! Não que seja anormal que uma criança haja assim, mas o mínimo que um pai deve fazer é mostrar quem é que manda. Como? Bom, aí é outra história. Cada um faz o que achar melhor.
Aí vêm os defensores da humanidade e berram: - Não se pode espancar uma criança! Como se umas palmadas fizessem mal a alguém.
O que será que prejudica realmente uma criança?
·               Deixar que ela faça só o que quer sem permitir que um adulto (pai e mãe) lhe molde, lhe ordene, lhe obrigue?
·                Quando uma criança grita com o pai ou com a mãe dizendo que só faz o que quer e bate na cara da própria mãe e o pai pega a chinelinha e dá umas “lapadinhas” para seu filho entender que existem regras e que elas precisam ser cumpridas?

O pai do garoto da segunda historinha do texto sabe que seus filhos devem dar valor ao que têm e que a escolha (do almoço, da roupa...) não parte da vontade deles e sim de seus pais. Quando uma criança passa a escolher o que se deve fazer em uma casa (quando a rotina da família gira em torno dos gostos do filho) os conceitos estão destorcidos.

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