Todos os dias, nos cafés da
manhã, enxergamos um pão. Imaginem. O pão que em breve você irá comer. Pois
bem. O que você pensa sobre esse pão? Qual sua opinião sobre esse pão? Você
deve está pensando que: Ora, um pão é um
pão, e ele está aqui para ser comido. Correto. Mas eu lhe digo: Você pode pensar mais! E você logo diz: Ah, como seria bom se todo mundo tivesse uma
pão desse todas as manhãs. E eu lhe digo: Você ainda não pensou! Agora você, que já sabe o que eu quero,
pense! Tente pensar!
Viver hoje, nessa correria, está
dificultando cada vez mais o pensamento. O pragmatismo, o imediatismo, essa
pressa pelo amanhã está nos privando do pensamento crítico. Pensar não é mais
observar, lembrar, concentrar, raciocinar, pois não dá mais tempo. Quantos dias
da semana, do mês, ou do ano você se pegou fazendo as coisas por fazer, ligado
no automático? Pois é! E o pensamento? E
a razão das coisas? O que você está fazendo com o único instrumento que lhe
diferencia, portanto, lhe engrandece perante os outros seres?
Estudando filosofia, lendo os
principais filósofos que já existiram e que existem, consegui aprimorar algo
que há tempos me fugia, a paciência. Lendo e entendo a razão das coisas, ou
pelo menos tentando entender, quase que flutuei por enxergar em conceitos que
já existiam e que existem, mas quase ninguém nota-os, que a vida não é assim
rasteira nem plana. Existe o alto que se pode alcançar. E uma vez estando ali,
o que se vê são caminhos horizontais, que crescem à proporção que o pensamento
diminui.
A filosofia, para quem a recebe,
possibilita verticalizar os horizontes. Aumenta o grau, a intensidade do
pensamento. A razão das coisas passa a ser prioridade, fazendo com que você,
indivíduo, pense e abandone o vício do amanhã e a dependência de um defensor
seu. Viver o hoje, sem pressa, observando, associando com paciência é uma
característica de homens que flutuam e vêem do alto.
Hoje, as pessoas, a grande
maioria delas, passam pelo agora e nem se dão conta. Aparentam não estarem
presentes em seu próprio corpo. Mas não confundam, não é como flutuar. Quando
se flutua, não se abandona a carne. Mas o impaciente, sim, vive fora de si, em
outro lugar que não seja este. Para se encontrar precisa retornar. O eterno
retorno é necessário.
Ao tomar o café da manhã e quando
olhar para seu pão lembre-se de retornar. Pense, reflita de onde aquele pão
veio. Como será que ele foi feito? Desde o plantio do trigo até chegar a sua
mesa é necessário que pense. Entenda. Isso é ser crítico. Isso é flutuar. Isso
é ser gente, feito de carne. Homem humano.
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