terça-feira, 2 de outubro de 2012

O pão de todos os dias. - Ou, Verticalize seu crescimento!


Todos os dias, nos cafés da manhã, enxergamos um pão. Imaginem. O pão que em breve você irá comer. Pois bem. O que você pensa sobre esse pão? Qual sua opinião sobre esse pão? Você deve está pensando que: Ora, um pão é um pão, e ele está aqui para ser comido. Correto. Mas eu lhe digo: Você pode pensar mais! E você logo diz: Ah, como seria bom se todo mundo tivesse uma pão desse todas as manhãs. E eu lhe digo: Você ainda não pensou! Agora você, que já sabe o que eu quero, pense! Tente pensar!

Viver hoje, nessa correria, está dificultando cada vez mais o pensamento. O pragmatismo, o imediatismo, essa pressa pelo amanhã está nos privando do pensamento crítico. Pensar não é mais observar, lembrar, concentrar, raciocinar, pois não dá mais tempo. Quantos dias da semana, do mês, ou do ano você se pegou fazendo as coisas por fazer, ligado no automático?  Pois é! E o pensamento? E a razão das coisas? O que você está fazendo com o único instrumento que lhe diferencia, portanto, lhe engrandece perante os outros seres?

Estudando filosofia, lendo os principais filósofos que já existiram e que existem, consegui aprimorar algo que há tempos me fugia, a paciência. Lendo e entendo a razão das coisas, ou pelo menos tentando entender, quase que flutuei por enxergar em conceitos que já existiam e que existem, mas quase ninguém nota-os, que a vida não é assim rasteira nem plana. Existe o alto que se pode alcançar. E uma vez estando ali, o que se vê são caminhos horizontais, que crescem à proporção que o pensamento diminui.

A filosofia, para quem a recebe, possibilita verticalizar os horizontes. Aumenta o grau, a intensidade do pensamento. A razão das coisas passa a ser prioridade, fazendo com que você, indivíduo, pense e abandone o vício do amanhã e a dependência de um defensor seu. Viver o hoje, sem pressa, observando, associando com paciência é uma característica de homens que flutuam e vêem do alto.

Hoje, as pessoas, a grande maioria delas, passam pelo agora e nem se dão conta. Aparentam não estarem presentes em seu próprio corpo. Mas não confundam, não é como flutuar. Quando se flutua, não se abandona a carne. Mas o impaciente, sim, vive fora de si, em outro lugar que não seja este. Para se encontrar precisa retornar. O eterno retorno é necessário.

Ao tomar o café da manhã e quando olhar para seu pão lembre-se de retornar. Pense, reflita de onde aquele pão veio. Como será que ele foi feito? Desde o plantio do trigo até chegar a sua mesa é necessário que pense. Entenda. Isso é ser crítico. Isso é flutuar. Isso é ser gente, feito de carne. Homem humano. 

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