quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Matemática, um elixir da sobrevivência!

Professor de matemática: - Dividam para mim 4,5 por 0,9.
Alunos: - Isso é difícil professor! Eu nunca aprendi divisão... Ainda mais essas aí com vírgula no meio.
Professor de matemática: ???????

Apesar de já terem estudado desde novinhos, inúmeros alunos insistem em uma história antiga de que não sabem e nunca vão aprender a dividir.

A fraqueza existente nas características dessa conversa é exorbitante. Salta os olhos o que se observa.

Para compreender isso, precisa-se olhar estas situações com extrema paciência. Quando se estuda o comportamento da humanidade em sua história, ou até no seu dia-a-dia, é fácil entender que o homem, sempre que precisou, buscou em ideais e sonhos explicações pela sua sobrevivência. Quando essas ideologias não ultrapassam o ser individual ainda é aceitável, mas quando indiretamente ou por necessidade têm-se que influenciar outros seres para a obtenção do “sucesso” isso chega a ser vergonhoso, pois na busca por esse “sucesso” o resultado é exatamente o seu simétrico, seu oposto. O ser que se engana com o irreal acaba por se tornar fracassado e tudo o que buscou, baseado em uma ilusão logicamente, o levará a tornar-se incapaz perante seu vício em ideologias.
O citado diálogo acima é, certamente, um exemplo simples e minúsculo dessa viciante idéia. Mas sua pequeneza não deixa de ser importante, pois ainda prejudica inúmeros alunos e, porque não dizer, ex-alunos. Para comprovar o que se disse não é difícil, repare: Se desafiarmos qualquer pessoa a armar e efetuar uma divisão de números decimais (como a divisão acima) a possibilidade dessa pessoa de recusar-se em responder é enorme. Provavelmente ela dirá:

- Ah! Eu nunca fui boa em matemática. Não preciso saber...
- Quando vejo esses números com vírgula me atrapalho todo, nunca aprendi a resolver isso.
- Hum! Matemática é pra doido.
- Eu queria pegar quem inventou essa matemática e dá-lhe uma lição.
- Eu puxei para meu pai, ele detesta matemática

Entre outras coisas, as pessoas se acostumaram a dizer que não são boas em matemática, ou que não precisam aprendê-la. Simplesmente acham que a matéria é difícil e desistem de aprender. O pior é que criam uma história absurda de que matemática não é para todo mundo. As crianças próximas dessas pessoas crescem ouvindo essas desculpas e passam a absorvê-las de tal maneira, que em qualquer situação de dificuldade, com certeza, sempre irão ter uma explicação irreal para não enfrentá-la. O prejuízo é enorme para uma criança. Imaginem quando isso se propaga a uma nação.
Comparo a ideologia esquerdista com o parágrafo acima. Ideologia nada mais é do que uma distorção da realidade. As pessoas são facilmente levadas a crer em sonhos e idéias que jamais irão caber na vida real, como a igualdade de classes, por exemplo. Coincidentemente, como na matemática, as crianças já crescem ouvindo que a vida é um poço de felicidade, mas quando se deparam com dificuldades, comum na vida de qualquer um, tendem a responsabilizar os outros por não conseguirem “sucesso” com facilidade. Ao perceberem que é mais fácil reclamar e assumir que não são capazes, vivem uma vida sem perspectivas e com medo de enfrentar as adversidades. Ainda mais quando se descobre que existe toda uma seita voltada a fazê-los acreditar que eles são inferiores e por culpa dos outros. Reparem as semelhanças: (aluno) - É mais fácil dizer que não sabe de matemática do que tentar aprender; (adulto qualquer) – Não preciso trabalhar nem estudar, eu nunca aprendi nada mesmo, basta me matricular em um programa do governo federal aí que o governo me paga. Eles têm que me sustentar mesmo. É coincidência demais. O que fica na cabeça das pessoas é que existe uma porcentagem da população que é incapaz, e você pode muito bem se considerar um incapaz e não buscar progredir, não buscar crescer sem ao menos tentar mais de uma vez. É mais fácil!
O que necessariamente interessa para vida é encarar a realidade. Mas negar o real virou um vício e se torna mais fácil dopar-se de ideais do que enfrentar a realidade. O resultado é uma sociedade que vive com os pés a meio metro do chão, achando que uma topada em uma pedra pontuda se trata de um plano dos malfeitores da humanidade para lhe tirar o seu ópio volátil.  É uma tarefa difícil mudar esse quadro, mas existe solução: precisa-se fazer com que as pessoas entendam que elas são capazes, que elas podem lutar honestamente e não depender unicamente dos outros.
Mas o idealismo é perigoso e, como já foi dito, vicia. Tratar-se para curar-se deve ser prioridade caso o diagnóstico acuse a dependência. Nos livros pode ser encontrado uma boa chance de reabilitação e, certamente, aprender a tão temida matemática também.
Assim, calcular - dividir números decimais - não pode ser mais desculpas de incapacidade.  Aprender matemática deve ser mais do que obrigação para nossos alunos. Deve ser também questão de salvação do poder da sociedade. Um poder que possibilita coragem e força para encarar a vida sem esperar soluções que caiam do céu.
Se repararmos mais a fundo podemos até concluir que a matemática representa força para sobreviver. A cada conta efetuada com sucesso é uma vitória e a cada erro mais uma chance de mostrar que ainda se é capaz. 

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