sábado, 26 de julho de 2014

O desafogo dos pés.



Quando não mais de vós for a vez. Quando, portanto, perdei-vos. Apresente vossa descida. Adormeça e mistura-te. Apresente-vos seu talvez!

Os chinelos sumiram. Os sapatos, meias ou degraus; Todos longe.

Descalço.

Correr sobre brasas alivia a dor da queimadura inevitável quando planta-se os pés parados em seu mais quente vermelho.
Chão.

A sola, a pele... Como de pé na lama, as brasas invadem os “entre dedos” e, de mãos dadas com a dor, passeiam sob nervos.
Queimado.

Andar para frente seria como patinar em gelo com travas. Retornar?

Fracasso.

A esquerda apresenta seu chão limpo, livre de brasas. À direita idem.

Saída.

O chão limpo é frio. Agora vermelho...
Alívio.

O caminhar é tranqüilo. Ali, em frente, os calçados.

Calçado?

Mas os sapatos não cabem mais. Chinelos? Tampouco!

Migração.

Agora, mais familiar, o chão que há muito não se apresentava.

Revivendo.

Equivalente, proporcional, congruente... Chão, chão é chão.

Adaptação.

A roupa guardada há tempos é re-vestida.


Pé atrás.

Feito brasa, aquece o peito. Brasas em quase o corpo todo, agora. Chamas!

Novo.

Ainda de pés nus, mas aquecido o peito. Ainda queimado, porém vestido.

Ilusão.

Camisas não se calçam. Os pés querem desafogo.

Descalço. – Ainda.

Mas o chão existe! Talvez nem o alto exista sem ele. Talvez as cicatrizes gerem lembranças lá no topo. As camisas usadas lá, no alto, para proteger do frio, não poderão calçar os pés aqui, em brasa. Talvez, mais uma vez, o chão seja esquecido de vez. Então, acordando sobre chamas, os “entre dedos” sapequem e aqueçam as lembranças de que, sem o chão... Sem o chão não dá, não existe talvez!
 Degraus, por favor. Preciso descer! 





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