Exatamente há um ano deixei de ser transportado do trabalho pra casa e de casa pro trabalho por veículos de terceiros. Todos os dias eu tinha que esperar a boa vontade dos donos de motos e de vans para poder me deslocar de casa para outro lugar. E isso nunca foi de graça! Por isso, não tenho como descrever o alívio e a satisfação em poder ir e vir quando eu bem entender ou precisar, pois o primeiro carro na minha vida foi de extrema utilidade. Uma pena que essa satisfação e esse alívio duraram pouco.
Eu, como um simples cumpridor de obrigações, não consigo acreditar que sou obrigado também, diariamente a fazer um decadente trajeto que possui todas as características de um rally profissional, sendo que jamais em minha cabeça passou a ideia de que eu seria um piloto de algum esporte radical. A estrada que liga o povoado em que minha casa se localiza, Comum, ao centro da cidade é de aparência desastrosa. O carro em que ando é de passeio, mas tenho que forçá-lo a adaptar-se às características de desnível, buracos e lamas, em que o caminho se encontra. O carro reclama, eu reclamo, minha família reclama. Alguém mais reclama? Parece que não! Mas eu continuo dizendo: - eu não nasci para ser piloto, ainda mais de rally!
Gostaria de pedir encarecidamente às autoridades que passassem a guardar suas Hilux’s, suas L200’s, suas Pajero’s em casa e se habituassem a andar com seus outros, entre tantos, carros de passeio nessa estrada imunda, Comum – Tutoia, para tentarem quebrar alguma mola do carro, ou terminar de afrouxar os parafusos... de suas cabeças!
