quarta-feira, 11 de junho de 2014

Meu histórico de Copas. Ou, de Copa em Copa!


Um dos gols de Romário em cima do Uruguai pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994 fez lembrar os anos anteriores de Copa América e comemorações de gols que só meus amigos da rua 9, em São Luís sabiam fazer. Aquela classificação para a Copa nos Estados Unidos ainda não me parecia tão especial, pois a inocência mais me permitia querer ver gols a todo instante do que propriamente torcer ou assistir ao jogo. Mas me lembro de todos os jogos daquela Copa. De todos os gols: de Romário e Raí no primeiro jogo contra Rússia. Começava a trajetória para o Tetra.

Da decepção de 1998 ao aprendizado de uma criança que entendia ali que não se pode ganhar tudo, a Copa de 2002 havia chegado com a insegurança herdada de 4 anos atrás mas também com a esperança de vermos Ronaldo recuperado de uma grave lesão junto com Ronaldinho Gaúcho, voando com seu futebol, e Rivaldo, uma aposta de Luís Felipe Scolari, que a meu ver, foi o melhor jogador daquela competição. A Seleção Brasileira, jogo a jogo, encantou e empolgou os torcedores, brasileiros e do resto do mundo. Ganhamos a Copa, vencendo a poderosa Tri-campeã Alemanha por dois a zero. Nas madrugadas do mês de junho daquele ano vencemos ainda a tradicional Inglaterra, o jogo que alavancou ainda mais o favoritismo da amarelinha.

Nas duas últimas Copas do Mundo, já com mais idade, consegui separar bem a paixão por futebol da razão de que não tínhamos um bom time e que, provavelmente não chegaríamos... Apesar do retrospecto: 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, em cinco Copas havíamos chegado em três finais e conquistado dois títulos de nossos 5. A minha torcida, é claro, sempre foi forte, apaixonada. Daquelas que acredita em um gol aos 46 do segundo tempo perdendo por três a zero e faltando quatro minutos para acabar.

Antes da Copa de 94 começar, meu pai chegou de viagem com uma revista com reportagens especiais sobre as Copas. Sentamos no batente da porta de casa e ele começou a ler sobre cada uma das três copas até então conquistadas pela Canarinho. Até que ele chegou a um tal de Mané de pernas tortas. Meu pai leu que “os Joões faziam fila na frente de Garrincha”. E eu não entendi nada. Ele me explicou do que se tratava e eu logo imaginei muitos gringos loiros, que se chamavam João, fazendo fila e sendo driblados pelo camisa 7 da seleção. Depois desse dia, dessa leitura, dessas histórias, o futebol entrou em minha cabeça de maneira diferente. Parece até que percorre minhas veias, se mistura com meu sangue.

Esse é meu histórico das Copas. Lembro da minha primeira aos 9 anos de idade. Queria muito lembrar mais da de 1990, mas nada mais que bandeirinhas penduradas e alguns churrascos num fim de tarde me vêm na memória. Porém, muitas outras Copas virão.


A Copa do Mundo Fifa de 2014 é sediada hoje aqui, no Brasil. Eu não tenho condições de ir a algum estádio, assistir a algum jogo ao vivo. Lógico, tenho vontade. Entretanto, em minha casa, no meu conforto gritarei absurdamente depois de cada gol de nossa Seleção. Assistirei a uma Copa sediada no Brasil. Aproveitarei. Torcerei. Quero ver nossa Seleção ser Hexa. Quero um dia contar a meu filho que só tem 1 ano e que em sua primeira Copa, além de ser em casa, fomos campeões, gritamos gol com muita força.

Sinto que meus 28 anos de idade, facilmente poderiam ser divididos de quatro em quatro anos. De Copa em Copa!