domingo, 23 de junho de 2013

Contra ou a favor? Isso não quer dizer nada! Quero ver é não votar em quem você defendia apaixonantemente!

Como eu esperei pelo dia em que as pessoas observassem, sem paixões, os erros e os abusos que o Governo Federal oferecia ao país. Sempre torci e votei "contra" este governo. Nunca fui "a favor" de suas ações corruptas e ilusórias. E sempre me manifestei, primeiro com meu voto, e depois em minhas declarações e explanando minha opinião. Os acontecimentos são tão favoráveis a minha visão que, certamente, com um pouquinho de oportunismo, uma "surfada na onda" seria o ideal para mim. Todavia, meu posicionamento não se resume a ser ou não ser. Defendo o que eu chamo de “a queda” do PT nas urnas.

Ver milhares de pessoas protestando e ferindo a imagem de um governo que até então parecia intocável (por 11 anos) é uma tentação. Entretanto, considero mais importante analisar os acontecimentos de maneira conservadora e respeitando o que mais interessa nessa história toda: a liberdade (assunto que só poderia explanar em outro texto). Por isso não é bem vinda em minha avaliação uma “massa de pessoas” passando por cima de tudo achando que só assim tudo se resolverá. Não sendo de acordo com o que essa massa quer, juntos, eu e mais outros milhares de pessoas que pensam igual a mim podemos fazer a mesma coisa. Até que vire um “círculo vicioso” onde o governo vire marionete de manifestações. Isso não é democracia!   

Escutei e li inúmeras pessoas, entre parentes e amigos, que manifestavam-se favoráveis ao que acontecia, antes das manifestações, com o país. Enquanto o governo agia de maneira ilícita, enganando o povo, fingindo e convencendo as pessoas de que tudo estava bem, essas pessoas defendiam-no com força e paixão, desafiando quem pensasse diferente. Então, considero-os incoerentes. As manifestações podem mudar o rumo das eleições de 2014 que colocava o governo praticamente reeleito. E seus seguidores, não irão defendê-lo? É notório, não se pode deixar passar, que ter sua opinião inserida no mesmo lugar da opinião da maioria é confortante. A maioria está apoiando os “movimentos” com a mesma paixão que defendiam justamente o alvo das manifestações. Não se trata mais de ideias, mas sim de oportunismo.  


A questão não é ser contra ou a favor de manifestações. Antes de julgar quem não vai às ruas, de atacar quem não pensa como a maioria e de pensar que quem se pronuncia contra menospreza os protestos, os modistas deveriam decidir-se se ainda irão votar no Governo PT nas próximas eleições. Pois expor a opinião para alguns é apenas decidir se está ou não está no conforto da maioria. 

Contra ou a favor? Isso não quer dizer nada. Quero ver você não votar em quem você defendia apaixonadamente!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brincando de Revolução

Li algo e me senti acolhido. Coerência! 
Sintam-se bem ao ler o texto de Rodrigo Constantino. 


Brincando de Revolução
“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.” (Edmund Burke)

Não vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.
Ao contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’…”
Eu confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa, sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas massas.
Alguns celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido. As massas vão como bóias à deriva. E sem rumo definido, não chegaremos a lugar algum desejado. Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:
Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.
Muito me comove a esperança de alguns liberais que pensam que o povo despertou e que será possível guiá-lo na direção do liberalismo. Não vejo isso nos protestos, nas declarações, nos gritos de revolta. Vejo uma gente indignada – e cheia de razão para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?
Estamos lidando aqui com a especialidade número um das esquerdas radicais, que é incitar as massas. Assim como a década de 60 no Brasil, tivemos o famoso e lamentável Maio de 68 na França, quando apenas Raymond Aron e mais meia dúzia de seres pensantes temiam os efeitos daquela febre juvenil. A Revolução Francesa, a Revolução Bolchevique, é muito raro sair algo bom desse tipo de movimento de massas. Os instintos mais primitivos tomam conta da festa. Por isso acho importante resgatar alguns alertas de Edmund Burke em suas Reflexões sobre a Revolução em França, a precursora desses movimentos descontrolados.
Não ignoro nem os erros, nem os defeitos do governo que foi deposto na França e nem a minha natureza nem a política me levam a fazer um inventário daquilo que é um objeto natural e justo de censura. [...] Será verdadeiro, entretanto, que o governo da França estava em uma situação que não era possível fazer-se nenhuma reforma, a tal ponto que se tornou necessário destruir imediatamente todo o edifício e fazer tábua rasa do passado, pondo no seu lugar uma construção teórica nunca antes experimentada?
Não se curaria o mal se fosse decidido que não haveria mais nem monarcas, nem ministros de Estado, nem sacerdotes, nem intérpretes da lei, nem oficiais-generais, nem assembléias gerais. Os nomes podem ser mudados, mas a essência ficará sob uma forma ou outra. Não importa em que mãos ela esteja ou sob qual forma ela é denominada, mas haverá sempre na sociedade uma certa proporção de autoridade. Os homens sábios aplicarão seus remédios aos vícios e não aos nomes, às causas permanentes do mal e não aos organismos efêmeros por meios dos quais elas agem ou às formas passageiras que adotam.
Se chegam à conclusão de que os velhos governos estão falidos, usados e sem recursos e que não têm mais vigor para desempenhar seus desígnios, eles procuram aqueles que têm mais energia, e essa energia não virá de recursos novos, mas do desprezo pela justiça. As revoluções são favoráveis aos confiscos, e é impossível saber sob que nomes odiosos os próximos confiscos serão autorizados.
A sabedoria não é o censor mais severo da loucura. São as loucuras rivais que fazem as mais terríveis guerras e retiram das suas vantagens as conseqüências mais cruéis todas as vezes que elas conseguem levar o vulgar sem moderação a tomar partido nas suas brigas.
São importantes alertas feitos pelo “pai” do conservadorismo. Ele estava certo quanto aos rumos daquela revolução, que foi alimentada pela revolta difusa, pela inveja, pelo ódio. Oportunistas ou fanáticos messiânicos se apropriaram do movimento e começaram a degolar todo mundo em volta. Se a revolução é contra “tudo que está aí”, então quem é contra ela é a favor de “tudo que está aí”. Cria-se um clima de vingança, revanchismo, que é sempre muito perigoso. As partes íntimas da rainha morta foram espalhadas pelos locais públicos, eis a imagem que fica de uma turba ensandecida.
O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.
E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.
O desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em um estádio de futebol? Boa sorte!
Por ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do “homem cordial”. Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto há tempo.

sábado, 1 de junho de 2013

Que vida! Seja bem vindo, Frederico José!

No início era uma ideia. Em seguida a realidade se apresenta e me presenteia com a notícia de que eu seria pai. E em poucos dias percebi que já estava pai.

Forte! Minha esposa emocionada, sem acreditar ainda, apresenta-me nosso filho. Ainda com seis semanas de vida, pouco tempo com os seus pais, mas já completo e completando nossa família. Inesquecível.

Uma bela gestação, repleta de atenção, cuidados, e apoio. Nosso filho crescendo, se desenvolvendo, fazendo-se presente em cada chute ou soluço. Qualquer reação com o seu outro mundo era uma descoberta. Nós três nos encontramos, nos conhecemos e mal esperávamos quando nos vimos pela primeira vez. Imensurável!

 Grande! Assustamo-nos com a possível chegada de nosso valor maior. Era sábado, de tardezinha. O médico confirmou, seria naquele dia. O susto deu lugar ao riso. Alegria. Um pouco de apreensão e insegurança. Mas nada superava a satisfação e a expectativa. Tê-lo-íamos em nossos braços em poucos minutos.

O céu nublado nos trouxe raios, trovões... Chuva! Em frente à sala de cirurgia, sentado, escutando a chuva, os trovões, sentindo o frio que o tempo trazia, não conseguia piscar. Meu filho e sua mãe juntos, mas agora lutando, os dois, para proporcionar uma nova vida, aqui ao lado de todos. Os dois foram perfeitos. Unidos!

A chuva para, os trovões e raios cessam. Um pequeno silêncio e de repente: Que voz! Que força! Os pulmões de meu filho sinalizaram vida. Como se quisessem tranqüilizar quem ali fora o esperava. Um lindo choro acompanhado de uma urinada que quase molha a enfermeira. Saúde! Ouvi meu filho pela primeira vez.

Pulei. Pulei no corredor da clínica. Braços erguidos, agradecendo. Pulei, vibrei.

Duas semanas passaram. Mais descobertas, lições, aprendizados. Tudo corre bem como a gestação. Estamos felizes. Um sonho realizado. Conversávamos ainda antes do nascimento: - Imagina-o, aqui, conosco, deitado ao nosso lado. Hoje o vemos, e rimos. E como a mãe dele disse quando o viu pela primeira vez, dizemos todos os dias quando o olhamos ao nosso lado: - Nosso filho é lindo!

Frederico José Bittencourt Ramos, estamos aqui, eu e sua mãe. Caminharemos juntos, sempre!