sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tem que ter tranqüilidade. Seja um gato!


Ao chegar ao serviço, pela manhã, uma de minhas colegas de trabalho observou e, espantada, me avisou que havia uma pata de gato pendurada na frente do meu carro. Assustador! Nem tanto... Observei os fatos: a firmação sobre a existência do membro de um felino era verdadeira, e o membro era o dianteiro direito. Logo me passou pela cabeça que ao sair de casa não prestei atenção se tinha alguma forma de vida estranha pelas redondezas e um acidente havia acontecido: Assassinei um gatinho! Todos ficaram chocados, abismados: Meu Deus, que coisa horrível! E eu, pensativo, procurei logo razões para o acontecido.
Surpresa! A pata do gato havia sumido. Sobrenatural? Não! O danado estava vivo, meio lento, mas vivo. Só estava meio cansado, sonolento, a noite passada devia ter sido uma farra. Alívio, a vida estava salva: uma das sete. Mas então decidi tirar o gato do meu carro, agora em meio aos risos. Abri o capô do carro, dei a partida, e nada do gatinho sair. Dei umas batidinhas, fiz barulho e nada. Olhei com mais atenção para o motor e percebi uns olhinhos azuis me encarando: era ele! Tranquilo, seguro e decidido a não abandonar seu leito, quente e aconchegante, o gato nem se mexeu. Tentei mais vezes, agora com o cabo da vassoura, algumas pessoas tentaram me ajudar e nada. Até que desisti, pois precisava trabalhar. E com a hipnose da rotina, esqueci do felino e fui para casa com a família.
Até agora estou refletindo sobre a tranqüilidade do gato. Ele, um filhote, me pareceu muito seguro do que estava fazendo: ele sabia que se ficasse ali, quietinho, ele voltaria para sua casa, nossa casa, minha casa. O danado já deve ter feito essa viagem mais vezes. Acho que para fugir da rotina, o animal busca o sossego do dia em um lugar só dele: típico dos gatos.
Para ser sincero, eu o invejei um pouco. Queria ter essa autonomia, essa coragem, essa tranqüilidade. Creio que esse é o segredo de uma boa vida.
 Fazia tempo que um gatinho não me dava uma lição de vida. Intrigante.

Ao chegar em casa, ao colocar o carro na garagem, a surpresa: O gato saiu do carro com um pouco de pressa e procurou logo saber se seu almoço já estava servido. Sabido mesmo né? Ele já tinha tudo planejado!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quem é que manda mesmo? ou Se não comer a galinha come!


- Mamãe, qual é o almoço hoje? Grita o garoto de oito anos.
- Carne guisada com legumes! Responde a mãe da cozinha.
- Ah não! Eu não quero, prefiro “miojo”! Retruca o garoto já com um tom de choramingo e de autoridade.
A mãe já acostumada com a situação quase que diária, nem reclama. Lá vai ela fazer o famoso macarrão instantâneo e levá-lo com todo cuidado para o filho que já está em frente da televisão esperando.
A mãe pensa: - Eu que vou perder tempo com isso? Isso é besteira, eu tenho que ir trabalhar já já. Deixa esse menino aí na TV que ele fica quieto.

Bom, de acordo com minhas conversas com senhores e senhoras mais velhos, a história era bem diferente a uns 40 ou 50 anos atrás.
- Mamãe, o almoço já está pronto? Eu já estou com fome! Pergunta o garoto.
- Já está pronto, venha comer, e chame seus irmãos, seu pai já está aqui! Responde a mãe já servindo o prato do marido, sempre o primeiro a comer.
- Quando os filhos chegam e olham a comida, um deles reclama: - Ô mamãe, eu não gosto desse peixe!
- Se ele não quiser comer bota a comida dele para as galinhas! Retruca o pai, quase que automaticamente.
E é lógico que o filho come todo o almoço sem reclamar, pois sabe que se não almoçasse também poderia não jantar. Não era fácil ter almoço e janta diariamente e ele sabia disso. Ele sabia também que quem mandava em sua casa não eram os filhos.

Quem será que manda em casa hoje em dia?
Existe uma história cômica e de rivalidade entre homens e mulheres para saber quem manda mais que outro. Estupidez! Em casa hoje, quem manda são os filhos!
Por mais assustador que possa parecer (para quem tem discernimento é claro!) isso é o que parece está acontecendo na realidade. Não raro observamos nas ruas crianças, quase bebês ainda, ordenando aos pais que comprem isso ou aquilo, que façam isso ou aquilo, e se não conseguem o que querem na hora tratam logo de dar um showzinho: gritar, bater, morder... Se na rua isso acontece, imaginem em casa! Não que seja anormal que uma criança haja assim, mas o mínimo que um pai deve fazer é mostrar quem é que manda. Como? Bom, aí é outra história. Cada um faz o que achar melhor.
Aí vêm os defensores da humanidade e berram: - Não se pode espancar uma criança! Como se umas palmadas fizessem mal a alguém.
O que será que prejudica realmente uma criança?
·               Deixar que ela faça só o que quer sem permitir que um adulto (pai e mãe) lhe molde, lhe ordene, lhe obrigue?
·                Quando uma criança grita com o pai ou com a mãe dizendo que só faz o que quer e bate na cara da própria mãe e o pai pega a chinelinha e dá umas “lapadinhas” para seu filho entender que existem regras e que elas precisam ser cumpridas?

O pai do garoto da segunda historinha do texto sabe que seus filhos devem dar valor ao que têm e que a escolha (do almoço, da roupa...) não parte da vontade deles e sim de seus pais. Quando uma criança passa a escolher o que se deve fazer em uma casa (quando a rotina da família gira em torno dos gostos do filho) os conceitos estão destorcidos.